São Paulo – Testes preliminares mostraram que uma nova droga leva à remoção de placas de proteína que, acumuladas no cérebro, são responsáveis pelo mal de Alzheimer.
Os resultados da pesquisa, considerados impressionantes pelos cientistas responsáveis, dão esperanças não só de um tão buscado tratamento, mas também de prevenção e cura definitivas para uma doença conhecida por provocar demência. Hoje, estima-se que cerca de 47 milhões de pessoas, a maioria idosas, sofrem da doença no mundo.
Para o estudo, os cientistas digitalizaram o cérebro de 165 pacientes com sintomas iniciais da doença. Depois, eles foram divididos aleatoriamente em cinco grupos. Durante um ano, um deles tomou placebo, substância sem efeito médico, enquanto os outros quatro foram submetidos a doses de um anticorpo chamado Aducanumab. Os resultados foram publicados na revista Nature .
O professor Roger Nitsch, que participou do estudo, falou sobre a descoberta. “As imagens dos grupos que receberam placebo permaneceram praticamente inalteradas. Já nos outros, houve uma redução muito clara das placas de amiloides. Em comparação com outras análises publicadas anteriormente, o tamanho do efeito dessa droga é sem precedentes”.
Foram feitos testes pré-clínicos e de fase 1 e, de acordo com os autores do estudo, será possível desenvolver, no futuro, anticorpos que tenham a função de remover as placas formadas entre as células do cérebro. Em camundongos transgênicos, a substância mostrou que pode entrar no cérebro e reduzir as placas solúveis e insolúveis de beta-amiloide.