MANAUS – AM | Pela primeira vez, desde o dia 18 de abril, Manaus registrou menos de 100 sepultamentos em 24h.
Com recorde de mortos nas últimas semanas, a Prefeitura de Manaus informou que 99 óbitos foram registrados nos cemitérios públicos da cidade, administrados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), no sábado, 2/5. Entre os registros, consta 94 sepultamentos e 5 cremações.
Após o sistema de saúde do estado colapsar e mais de 100 enterros serem realizados diariamente, o Sindicato das Empresas Funerárias do Estado do Amazonas (Sefeam) alertou que o estoque de caixões disponíveis é insuficiente para atender a grande procura. O excesso de sepultamentos simultâneos fez com que muitas pessoas desconfiassem da veracidade da quantidade de mortes ocorridas na cidade em algumas semanas.
Com o colapso, veio à tona a denúncia de uma possível cobrança de propina dentro do serviço SOS Funeral, que envolveu ex-secretários da Semasc e até mesmo a atual titular da pasta, a secretária Conceição Sampaio (PSDB). A denúncia foi feita esta semana, por empresários que se sentiram prejudicados pela extorsão. Os parlamentares negaram as acusações.
O setor funerário chegou a cogitar armazenar corpos em frigorífico ou realizar sepultamentos dentro de sacos plásticos. Cerca de 100 caixões foram enviados à Manaus, na quinta-feira (30/04), para evitar desabastecimento. A Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Abredif) informou que outros novos 285 caixões chegaram na capital amazonense na sexta-feira (01/05).
Do total de óbitos, 22 foram em domicílio e 33 usaram o serviço do SOS Funeral, gerenciado pela Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc). Entre as causas de morte, 23 pessoas tiveram no atestado a confirmação para Covid-19.
Outras 15 foram registradas como causa desconhecida ou indeterminada e mais 33 tiveram como causa de morte síndrome, insuficiência ou parada cardiorrespiratória.