São Paulo – O diretor de relações institucionais da J&F, Ricardo Saud, comemorou a ajuda indireta do ministro do STF Gilmar Mendes no caso da delação premiada da empresa, segundo novos áudios divulgados pela revista VEJA.
Saud, em conversa com Frederico Pacheco, primo de Aécio Neves, estranhou a decisão do Supremo de soltar o ex-ministro José Dirceu, que tinha sido divulgada um dia antes.
“Ninguém vai fazer delação mais”, diz Frederico, de acordo com VEJA. “O Palocci vai, porque ele vai entregar o Lula”, responde Saud. Em seguida, ele comemora a decisão: “Acho que o Gilmar agora começou a ajudar a gente”.
A conversa foi gravada no dia 3 de maio deste ano, enquanto Saud enchia uma sacola de dinheiro – uma das quatro parcelas de 500 mil reais cada que a J&F enviou para Aécio por meio de Frederico.
Na decisão da 2ª Turma do Supremo que determinou a liberação de Dirceu, votaram a favor os ministros Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. Edson Fachin e Celso de Mello foram contra.
Saud conta que ligou para Joesley batista logo depois da decisão, e que interpretou a votação como um recado de que o STF também iria soltar Palocci, para evitar que o ex-ministro da Fazenda comprometesse ministros do Supremo em uma eventual delação.
“O Palocci não ia fazer delação?”, diz Saud. “Você acha que ele não ia entregar o Judiciário não? Quantos caras daquele que tá ali que o Palocci ajudou? Ele, José Eduardo, acolá? O que eles fizeram? Correram, soltaram o Zé Dirceu… Falou: ‘Fala nada para ninguém não que nós vamos soltar vocês’. Ficou bom, ué. Ficou bom, mas bom mesmo”, diz Saud.
Com informações de Luiza Calegari da Exame.com