São Paulo – A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou hoje um comunicado com críticas duras ao presidente interino, Michel Temer, que decidiu nomear para o ministério investigados na operação Lava Jato.
“Quem é investigado pela Operação Lava Jato não pode ser ministro de Estado, sob o risco de ameaçar a chance que o Brasil tem de trilhar melhores rumos”, diz o presidente da organização, Claudio Lamachia.
“Faço o alerta de que a nomeação de investigados contraria os anseios da sociedade e não deveria ser feita”, afirma.
Entre os 22 ministros do governo Temer, 7 deles foram citados no curso da operação Lava Jato. São eles: Bruno Araújo (Cidades); Raul Jungmann (Defesa); Mendonça Filho (Educação e Cultura); Romero Jucá (Planejamento, Desenvolvimento e Gestão); Ricardo Barros (Saúde); Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo); e Henrique Eduardo Alves (Turismo).
“Todos os cidadãos têm direito à ampla defesa e ao devido processo legal. Mas ressalto que a equipe de ministros precisa estar acima de qualquer suspeita. Os investigados devem poder se defender sem, para isso, comprometer a credibilidade dos ministérios”, pontua Lamachia.
O presidente da OAB também afirma que, no futuro, se necessário, pode avaliar o uso de medidas na Justiça para pedir o afastamento dos ministros que se tornarem réus, como aconteceu no caso do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, e do ex-senador Delcídio do Amaral.
Lamachia diz, ainda em seu comunicado, que “é lamentável que, mais uma vez, o país testemunhe o afastamento de um chefe do Poder Executivo pela prática de crime de responsabilidade”.
“Por outro lado, o Brasil tem a chance de tomar melhores rumos e, no futuro, não sofrer os prejuízos, novamente, dos erros já cometidos no passado”.
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