MANAUS-AM| Na manhã desta quinta-feira (8), a Polícia Federal (PF), deflagrou a segunda fase da Operação Sangria, que investiga o Governo do Amazonas pelo desvio de verba na saúde, na compra de equipamentos para combater à Covid-19, no estado. A ação foi autorizada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Na segunda fase, cinco pessoas foram presas, entre elas o empresário e médico Luiz Carlos Avelino Junior, marido da ex-secretária de Comunicação Social do Amazonas, Daniela Assayag, o ex-secretário de Saúde Rodrigo Tobias, a ex-subsecretária de Atenção Básica à Saúde, Dayana Priscila Mejia de Souza, o engenheiro clínico Ronald Gonçalo de Caldas Santos, e o empresário Gutemberg Leão. Além dos presos, a operação está investigando o vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida (PTB), que comandava a Secretária da saúde e é suspeito de também desviar recursos da pasta.
Esquema de Corrupção
De acordo com a PF, o esquema de corrupção consistia em práticas de desvio de recursos públicos, lavagem de dinheiro e também de promover a dispensa de licitação fora das hipóteses previstas em lei. Segundo as investigações, o marido de Daniela Assayag, era um dos sócios da empresa Sonoar, entidade responsável pela compra de ventiladores pulmonares para pacientes da covid-19. Os equipamentos eram comprados, mas não serviam para uso; já marido de Daniela Assayag, era o intermediador das negociações, e os outros citados ajudavam no esquema encobrindo toda a ação.
Carlos Almeida está sendo investigado por desvio na pasta da saúde, onde comandou por três meses. Na primeira fase, foi verificado que uma empresa de vinhos ficou responsável pela compra dos equipamento e que os revendeu ao Governo do Amazonas com um valor mais alto do mercado, tendo superfaturamento.
A operação teve na primeira fase, que aconteceu no dia 30 de junho, 8 prisões de pessoas, incluindo a secretária de Saúde da época, Simone Papaiz. O governador Wilson Lima, que foi alvo de busca e apreensão em sua residência por suspeita de envolvimento no crime. Ao todo a Polícia Federal cumpriu 14 mandados judiciais expedidos pelo STJ.
O que diz o Governo do Amazonas
Em nota, o Governo do Amazonas afirmou que está cooperando com a PF, bem como tornando todo o processo transparente e que o esquema corrupto envolve, em grande parte, pessoas que já não fazem mais parte da estrutura de Governo.
“O Governo do Amazonas informa que está contribuindo com a apuração dos fatos pela Polícia Federal e órgãos de controle e que a ação de busca e apreensão, desencadeada nesta quinta-feira (08/10), envolve, em grande parte, pessoas que já não fazem mais parte da estrutura de Governo, bem como servidores que não atuam como ordenadores de despesas ou tenham poder de decisão na estrutura do Estado ou da investigação em questão. O Governo do Estado reitera que tem atuado de forma transparente e que confia na Justiça.”