MATO GROSSO | O padre Ramiro José Perotto, da cidade de Carlinda (a 800 km de Cuiabá), gerou uma grande revolta nas redes sociais ao se posicionar sobre o caso da menina de 10 anos, que engravidou após ser estuprada pelo próprio tio no Espírito Santo.
Ele afirmou, através das suas redes sociais, que a criança “gostava” dos abusos e “compactuava” com a violência. A menina foi abusada por 4 anos pelo tio, conforme ela mesma declarou. Com isso, o padre insinuou que, devido ao tempo que se levou para fazer a denúncia, os atos sexuais foram consensuais.
“Duvido uma menina ser abusada com 6 anos, por 4 anos, e não falar. Ela compactuou com tudo e agora é inocente. Gosta de d*** então assuma as consequências”, disse o padre a um de deus seguidores, que rebateram a declaração.
Outra seguidora criticou duramente a opinião do padre, que respondeu de forma debochada. ” “Você acredita que a menina é inocente? Acredita em papai Noel também. 6 anos, por 4 anos, e não disse nada. Claro que estava gostando. Por favor!”.
O caso da menina ganhou ainda mais destaque quando um grupo de fundamentalistas religiosos se reuniu na porta do CISAM (Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros) para tentar impedir a realização do procedimento. Ela conseguiu na Justiça o direito de realizar o aborto, direito que é garantido a toda mulher que venha engravidar em decorrência de um estupro.
PADRE DESATIVOU REDES SOCIAIS
Com a chuva de críticas a repercussão negativa após essa declaração desumana, o padre voltou a se manifestar nesta quinta-feira (20) para pedir desculpas pelas falas agressivas.
Pelo Facebook, ele disse que assume a responsabilidade e se retratou sobre o ocorrido: “Compartilho da defesa da vida, nunca condenar e tirar julgamentos. Não foi minha intenção proferir palavras de baixo calão, as quais não comungam com minha fé e minha crença na pessoa humana”, disse ele.
Ramiro também informou que excluiria seu perfil na rede social “por não querer mais ofender e ser ofendido”. As contas do padre no Twitter e no Facebook já estão fora do ar.