São Paulo – Uma lista de brasileiros conhecidos integra o #PanamaPapers, nome dado ao vazamento de 11,5 milhões de documentos do escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca, divulgados neste domingo (3). Vários políticos do País ou pessoas ligadas a personagens da política nacional integram o material, que pode contribuir com a Operação Lava Jato.
Dentro dos 2,6 terabytes de dados repassados aos jornal alemão Suddeutsche Zeitung aparecem nomes como o do presidente da Câmara, Eduardo Cunha(PMDB-RJ), do ex-ministro Edison Lobão e o filho Luciano Lobão, do lobista Milton Lyra (ligado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, do PMDB), e dos políticos João Lyra (PSD), Newton Cardoso Jr. e o pai Newton Cardoso(PMDB), Vadão Gomes (PP), e Sérgio Guerra (ex-presidente do PSDB, morto em 2014).
Os nomes brasileiros ainda contam com os nomes de Gabriel Nascimento Lacerda, filho do prefeito de Belo Horizonte (MG), Márcio Lacerda (PSB), e do ex-ministro Delfim Netto. O ex-ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, também é mencionado no material por supostamente ter sonegado impostos relativos a um apartamento de 70 metros quadrados do qual é dono em Miami (EUA).
No âmbito da Lava Jato, a Mossack operou para pelo menos seis grandes empresas e famílias citadas na Lava Jato, abrindo um total de 16 offshores. Nove delas são novas para a força-tarefa das autoridades brasileiras. As offshores são ligadas à empreiteira Odebrecht e às famílias Mendes Júnior, Schahin, Queiroz Galvão,Feffer (controladora do grupo Suzano) e a Walter Faria, do Grupo Petrópolis.
Segundo a lei brasileira, possui uma offshore – empresa constituída no exterior – não é ilegal. Entretanto, é preciso que essa empresa esteja declarada no Imposto de Renda. Dentro da lista divulgada neste domingo, há nomes de brasileiros que declararam as suas relações com a Mossack como manda a legislação, como o de Gabriel Junqueira Pamplona Skaf, filho de Paulo Skaf, atual presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
Procurados pelo jornalista Fernando Rodrigues, do UOL, um dos brasileiros que tiveram acesso à relação, todos os brasileiros citados negaram qualquer irregularidade. No Twitter, Eduardo Cunha negou ter qualquer relação com a Mossack – que implicaria em mais uma offshore dentre as várias que o presidente da Câmara tem de explicar aos investigadores da Lava Jato.
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