ALAGOAS | A pastora Odja Barros, que celebrou uma união entre duas mulheres, vem sofrendo ameaças de morte feitas a ela e a sua família. Na última terça-feira (14), a vítima registrou um Boletim de Ocorrência e formalizou uma denúncia na Secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh). As informações são do G1.
As ameaças contra Odja foram feitas através da internet, em mensagens enviadas ao seu perfil em uma rede social. Ao G1, Wellington Santos, pastor da Igreja Batista do Pinheiro e esposo da pastora, disse que a família toda está assustada com as ameaças.
“Desde 2016 nós somos criticados pelo nosso trabalho junto às minorias, até campanha pessoal contra nós foi realizada. Mas quando isso toma essa proporção, de alguém ameaçar dar cinco tiros na cabeça da minha esposa, e cita que está monitorando minha família, nos dá a certeza que estamos vivendo uma barbárie. O debate deve acontecer no campos da ideias, quando as discordâncias viram ameaças de morte, é sinal disso”, contou.
Nas redes sociais, a filha de Odja fez uma série de postagens onde relata as ameaças sofridas por sua mãe após a celebração do casamento. “Minha mãe é a pastora Odja Barros, doutora e teóloga feminista a mais de 20 anos. Desde a veiculação da notícia de que celebrou um casamento homoafetivo vem sofrendo uma enxurrada de comentários e ameaças no seu Instagram. O ódio religioso é terrível”, escreveu.
“A minha mãe recebeu ameaça de morte no Instagram dela. Um louco que se diz de Maceió, mandou foto de arma, áudios dizendo que estava monitorando ela e a família, que vai dar cinco tiros na cabeça dela por celebrar um casamento homoafetivo”, disse a filha da pastora.
Wellington fica ainda mais chocado pelas ameaças serem estendidas até às filhas do casal. “Estamos tomando todas as providências para que isso não siga adiante. Que pessoas são essas que ameaçam de morte pela fé?”, pergunta.