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    Categories: Política

Pediatra causa polêmica ao se recusar a atender bebê de mãe petista no RS

2014.07.25 - Porto Alegre/RS/Brasil - Assinatura do termo de cooperação do Projeto Gênero Raça/Etnia na Mídia. Na foto, a secretária de Políticas para as Mulheres Ariane Leitão. | Foto: Ramiro Furquim/Sul21.com.br

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São Paulo = A  atitude de uma médica de Porto Alegre está causando polêmica nas redes sociais e provocando um debate sobre qual deve ser a postura de um profissional da saúde com relação a pacientes que não compartilham de sua posição ideológica, principalmente em tempos de crise política e de ânimos exaltados.

Há duas semanas, um dia após a nomeação do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil e a divulgação da conversa entre ele e a presidente Dilma Rousseff, a pediatra Maria Dolores Bressan enviou uma mensagem de texto a Ariane Leitão informando que estava “declinando, em caráter irrevogável”, de continuar atendendo seu filho de 1 ano.

Ariane é filiada ao Partido dos Trabalhadores. Foi secretária de Políticas Públicas para Mulheres na gestão do ex-governador Tarso Genro, também do PT. Hoje, ela é suplente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. Segundo Ariane, seu filho se consultava com a médica desde o primeiro mês de vida, por meio do plano de saúde.

“Depois de todos os acontecimentos da semana e culminando com o de ontem, onde houve escárnio e deboche do Lula ao vivo e a cores, para todos verem (representante maior do teu partido), eu estou sem a mínima condição de ser pediatra do teu filho. Poderia inventar desculpas, te atender de mau humor, mas prefiro a honestidade que sempre pautou minha vida particular e pessoal”, diz a mensagem enviada pela médica à mãe da criança.

Ariane relatou o ocorrido nas redes sociais. De lá pra cá, a postagem foi extensamente compartilhada e o caso ganhou repercussão. “Nós ficamos chocados. Entendemos que é uma violação de direitos humanos de uma criança e que fere a ética profissional. Ela declinou do atendimento e não indicou outro médico”, disse a mãe ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

De acordo com Ariane, ela e a médica nunca falaram sobre política no período em que conviveram. O único momento em que o tema veio à tona, segundo ela, ocorreu meses atrás, quando mencionou que assumiria temporariamente uma vaga na Câmara de Vereadores e teria de conciliar o trabalho com a amamentação.

“Ela me perguntou a que partido eu pertencia e eu disse que era do PT”, relatou. Na mensagem, a médica pede que Ariane não insista em marcar mais consultas. “Estou profundamente abalada, decepcionada e não posso de forma nenhuma passar por cima dos meus princípios. Porto Alegre tem muitos pediatras bons. Estarás bem acompanhada. Espero que compreendas”, diz o texto.

Ariane denunciou o caso ao Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) e está estudando medidas legais a serem tomadas. “Ela descontou em nós, em mim e no meu filho, a raiva que ela estava sentindo pela situação que o país vive hoje”, afirmou. A pediatra foi procurada pela reportagem, mas não quis falar.

Divisão na internet

Nas redes sociais, o episódio divide opiniões. Enquanto alguns se posicionam a favor da mãe da criança, outros aprovam a postura adotada pela médica. A discussão aumentou nesta quarta-feira, 30, depois que o jornal Diário Gaúcho publicou uma entrevista em que o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Paulo de Argollo Mendes, defende a conduta da profissional.

Segundo ele, a pediatra agiu de forma ética, levando em conta que o caso da criança não era de urgência. “Tu não és o único médico da cidade e o paciente tem a possibilidade de escolher outros profissionais, daí tu tens que ser honesto, tens que ser leal com o teu paciente. Se tem alguma coisa que te incomoda e que tu achas que vai prejudicar a tua relação com o teu paciente, se tu não vais se sentir confortável, se não vai ser prazeroso para ti atender aquela pessoa, tu deves dizer para ela”, ele afirmou. Para Argollo, a médica deveria “se orgulhar” por ter cumprido o código de ética da profissão.

Ariane considerou “lamentável” a fala do presidente do Simers. “É uma tentativa rasteira de transformar um caso de ética profissional numa questão política. Eu não vou aceitar que o caso que afetou o meu filho seja transformado numa disputa entre petistas e não petistas”, falou. Procurado, o Simers manifestou, por meio de nota, que a declaração de Argollo confirma o posicionamento da entidade a respeito do cumprimento do Código de Ética Médica. O sindicato também destacou que tem uma posição apartidária e de respeito a todos os cidadãos.

O Cremers informou que será aberta uma sindicância para apurar a denúncia formalizada por Ariane Leitão. Se a comissão que vai analisar o episódio entender que houve indício de infração ética, será instaurado um Processo Ético-Profissional que pode resultar em absolvição da médica acusada ou, então, em aplicação de uma das penas previstas na Lei 3.268/57. As punições possíveis vão desde uma advertência confidencial até a cassação do exercício profissional.

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Expressoam:

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  • Ué isso era crime, o deMoro mudou a lei no Rio Grande do Sul também? Nenhum profissional da saúde pode se negar a atender quem quer que seja. Veja o caso de um médico que operou e salvou a vida do assassino da própria filha, dando a todos os outros médicos o exemplo de honradez na profissão. Essa médica com certeza deveria ser cassada seus direitos de médica, se ela de fato se negou a atender um paciente por pura divergências partidária ou qualquer que tenha sido o motivo.

  • Postei a poucos dias atrás, 02 de abril de 2016, ás 19:27, um comentário sobre esse assunto. cometi alguns equívocos por falta de informações precisa referente a esta matéria. Pois bem vamos ao que realmente interessa. Baseado nas informações que eu tinha até aquela data, formulei meu raciocínio e postei no face, com o título:( A COR DA ROUPA AGORA NOS CREDENCIA PARA O ATENDIMENTO MÉDICO E IDENTIFICA A NOSSA PREFERÊNCIA PARTIDÁRIA). Se prestarem atenção ao texto, irão perceber que eu nem sabia em que estado do Brasil havia ocorrido o fato. Prova disso é que não me referi ao (Cremers) especificamente por não saber onde ocorrera. Agora que estou sabendo dos detalhes, me incomoda e me indigna ainda mais por ter acontecido aqui no meu estado do Rio Grande do Sul. No meu post eu conclamei as pessoas irem às rss denunciarem esta médica (CADELA), para que o assunto não caia no esquecimento e fique tudo por isso mesmo, e no disse me disse. Fiz um apelo às autoridades competentes, para que investigassem e abrissem um processo cível e criminal contra esta "profissional da saúde", afim de desestimular outros profissionais à fazerem o mesmo. No meu documento também me referi aos concelhos regional e federal de medicina, para moverem um processo disciplinar, ou quiçá talvez a própria cassação do diploma.

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