CEARÁ| Nesta quinta-feira (8), o pedreiro Cícero José de Melo, que passou 16 anos preso enquanto tentava provar inocência, foi considerado inocente e, depois, solto, em Juazeiro do Norte, Ceará. Ele havia sido acusado de tentativa de homicídio. As informações são do Metrópoles.
“Me considero como se eu tivesse sido sequestrado por um crime que eu não cometi nem contra o Estado, nem contra a sociedade”, disse o pedreiro ao Diário do Nordeste.
A história de luta para provar sua inocência, começou no dia 19 de novembro de 2005. Cícero estava caminhando com um amigo, por uma das rua do Crato, quando foi abordado por policiais e acusado de um crime que não sabia do que se tratava.
“Me colocaram dentro da viatura, me fizeram passar vergonha. As pessoas olhando para mim como se eu tivesse cometido crime mesmo. Eu falando que era inocente e eles rindo de mim, rindo da minha cara”, declarou o pedreiro.
Além disso, o homem contou que viveu momentos de angustia dentro da prisão, não recebeu uma visita sequer da família e que precisou encontrar forças em Deus pra continuar lutando. “Nunca tive visita. Eu vivi no abandono. Quem me confortava era Deus e meus parceiros de cela”, lamentou.
Após um advogado, chamado Roberto Duarte, que se interessou em auxiliá-lo para ter a garantia de liberdade, as coisas para Cícero mudaram. O homem foi até a Penitenciária Industrial e Regional do Cariri e conversou com ele, onde foi revelado que o pedreiro não foi ouvido por nenhuma autoridade para poder se justificar.
“Comecei a investigar possíveis processos nas comarcas do interior e na capital e nada de achar. Fiz uma visita ao Cícero. Nessa visita, colhi a procuração dele, fiz requerimento administrativo junto à direção da Pirc e fui respondido com o alvará de soltura”, relembrou o advogado.
Após receber o pedido de Roberto, a juíza corregedora de presídios, Maria Lúcia Vieira, emitiu um documento para solicitar providências para analisar a situação de Cícero em relação à Justiça. Tendo em vista a falta de provas, foi decidido o fim da prisão provisória do homem.