Bogotá – Pablo Escobar, símbolo do narcotráfico colombiano, morreu há 23 anos em uma operação policial liderada pelo coronel Hugo Aguilar, porém, mais de duas décadas depois, diferentes publicações contradizem a versão oficial.
A história dos fatos ocorridos em 2 de dezembro de 1993 assinala que “O patrão”, encurralado por inimigos, imerso em uma guerra contra o Estado e após ter perdido parte de seu círculo de segurança, foi localizado em uma casa da cidade de Medellín, bastião de seu império das drogas.
Após ser descoberto graças a uma ligação localizada pelo chamado Bloco de Busca da Polícia da Colômbia, os agentes dirigidos pelo coronel Hugo Aguilar rodearam a casa e iniciaram sua operação.
Encurralado e sem escapatória, o narcotraficante, com evidente sobrepeso e com duas pistolas nas mãos, fugiu a tropeções pelo telhado do prédio, onde foi atingido pelos disparos dos policiais.
Sua dantesca imagem caído sobre o telhado com a barriga para cima rodeado de agentes orgulhosos e sorridentes ficou na retina de todo o povo colombiano.
Essa é a história contada no livro “El hijo de la guerra”, de Richard Aguilar, governador do departamento de Santander e filho do coronel que dirigiu a operação.
Nas páginas da obra, Aguilar lembra as conversas que teve com seu pai motivadas pela fascinação que lhe produzia o ofício de seu progenitor.
No entanto, o filho do outro protagonista, Juan Pablo Escobar, publicou recentemente o romance “Pablo Escobar: Mi padre”, obra que não só conta as crueldades e excentricidades do chefe do narcotráfico colombiano, mas garante que o “czar da cocaína” morreu por sua própria mão.
O filho de Escobar relata que seu pai se suicidou quando se viu ferido e encurralado nos telhados da casa de Medellín.
“Muitas vezes me contou que em sua pistola tinha 15 tiros: 14 para seus inimigos e um para ele”, disse Juan Pablo em recente entrevista.
Essa versão também é defendida por sua irmã Alba Marina e se apoia na autópsias que apontam que o traficante foi atingido por uma bala que entrou perto da orelha direita, o que poderia indicar um tiro na têmpora próprio de um suicídio.
Aguilar descartou essa versão e lembrou que, quando tinha 12 anos, fez essa pergunta a seu pai e recentemente a repetiu, e “o que narra o livro é a versão da pessoa que liderou e comandou a operação”.
“Respeitamos as versões, mas narro o contado e narrado por meu pai”, acrescentou.
A terceira das versões recentemente em voga nasceu de outro livro de autoria do desmobilizado chefe paramilitar Diego Fernando Murillo, conhecido como “Don Berna”, extraditado aos Estados Unidos, onde cumpre pena por narcotráfico.
Segundo sua versão, ele esteve com a polícia no momento da morte de Escobar e assegura que foi um irmão seu quem matou o traficante.
No relato, Murillo destacou que um grupo de policiais e homens do grupo chamado “Los Pepes” (Perseguidos por Pablo Escobar) foram os primeiros a chegar à casa na qual se escondia em Medellín, o que descarta a versão policial de uma ligação interceptada.
O ex-paramilitar conta no livro “Así matamos al patrón” que, após rodear a casa, avisaram o coronel Aguilar, que se dirigiu até o local, mas, perante seu atraso, o primeiro grupo decidiu iniciar a operação em uma ação que qualificou como “intrépida e arriscada”.
Seja como for, a morte de Escobar fechou uma das páginas mais sangrentas da história da Colômbia e abriu uma nova era na qual os narcotraficantes se atomizaram em pequenos grupo
Com informações EFE.