Manaus – Peritos criminais da Polícia Civil do Amazonas podem entrar em greve na próxima sexta-feira (6). O motivo da paralisação, segundo o sindicato da categoria, seria à desvalorização da classe. A greve pode adiar os serviços de identificação dos corpos dos mortos durante a rebelião do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
Nesta quinta-feira (5), a categoria fará uma manifestação às 9h30, em frente a Secretaria de Estado e Fazenda (Sefaz), no bairro Aleixo, na Zona Centro-Sul de Manaus. Uma assembleia será feita, na sexta, em frente ao Instituto Médico Legal (IML), na Zona Norte. Na ocasião, será discutido o indicativo de greve. Caso a paralisação seja acatada, os peritos vão parar por tempo indeterminado.
De acordo com a presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Amazonas (Sinpoeam), Fernanda Versiani, os profissionais são os únicos de carreira da Polícia Civil que não foram valorizados pelo governo. A categoria quer ser incluída na lei 4.059/2014, aprovada em 2015, que trata da reestruturação da carreira da PC.
“Temos várias reclamações, umas delas é a desvalorização da perícia no Estado do Amazonas. Não temos estrutura, equipamentos e nem fomos contemplados com o reajuste salarial. Todas a outras classes da Polícia Civil entraram na reestruturação, menos os peritos. Estamos lutando para consegui benefícios desde 2015 e até agora nada. A lei diz que reestruturação é para profissionais de carreira da instituição. Por que não formos comtemplados, já que somos da PC?”, questionou a presidente do Sinpoeam.
Conforme Fernanda Versiani, devido ao massacre que resultou em 60 mortos em dois presídios da capital, os peritos estão trabalhando sem folgas.
“Todos os peritos estão trabalhando intensamente e sem folgas. Alguns entram 8h da manhã e saem 4h da manhã do outro dia. E aproveitamos, infelizmente, esse momento para protestar e fazer a greve. Nós queremos ser valorizados. Devido à grande demanda de corpos para serem periciados e, como todos estão de olho nesse assunto, mandaram equipamentos necessários pra o trabalho de identificação. Porém, quando terminar os trabalhos nesses 60 corpos, vamos voltar a precariedade de sempre e não queremos isso”, disse a Fernanda Versiani.
Atualmente, a perícia técnica do Amazonas tem 187 peritos criminais, legistas e odontolegistas.
Com informações Portal Em Tempo.