MANAUS – A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (27) a Operação Cativos para combater crimes de condição análoga à escravidão em Itacoatiara. O alvo é o instituto Resgatando os Cativos comandado por um casal de pastores.
O pastor Ariston Aguiar comanda o instituto com a esposa. Ano passado, na Folha de SP, ele disse que era perseguido. “Aguiar tem uma planilha, que exibe em lives, para as contribuições financeiras. Também mantém grupos no WhatsApp em que separa colaboradores de diferentes faixas de repasse, partindo dos R$ 20 mensais. O líder evangélico conta que, em abril, o custo chegou a R$ 43 mil para pagar equipe e manter três espaçõs: um sítio e outros dois imóveis”, dizia a reportagem.
Os agentes federais, em parceria com a Sejusc (Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania), cumprem três mandados de busca e apreensão expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas).
A PF afirma que o casal usa dependentes químicos e os deixa em situação degradante de higiene, sem alimentação adequada, submetendo-os a trabalhos forçados, além de realizarem a exploração da imagem deles em “lives”.
A Operação Cativos mobiliza 25 policiais e também servidores do Ministério Público do Trabalho. “Segundo apurado, os responsáveis pelo instituto destinado à recuperação de dependentes químicos submeteriam os internos a condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada, submetendo-os a trabalhos forçados, além de realizarem a exploração da imagem deles em lives realizadas por meio das redes sociais, com o objetivo de obter engajamento e recursos financeiros de doadores”, explica a Polícia Federal.