PARANÁ | A Polícia Civil do Paraná concluiu o inquérito que investiga o assassinato do guarda municipal petista Marcelo Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge Guaranho, em Foz do Iguaçu.
Em coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira (15), a delegada Camila Cecconello informou que a corporação não encontrou provas que apontem para uma motivação política do crime.
O inquérito decidiu pelo indiciamento de Jorge Guaranho por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e causar “perigo comum” às outras pessoas presentes na festa. Elementos que foram enviados ao Instituto de Criminalística, como o celular do autor e as armas de fogo, não chegaram da perícia a tempo para o prazo de encerramento do inquérito, que é terça-feira (19).
“É difícil nós falarmos que é um crime de ódio, que ele matou pelo fato de a vítima ser petista”, afirmou a delegada.
As investigações mostram que Guaranho deixou a esposa e o filho em casa e disse: isso não vai ficar assim, nós fomos humilhados, né? Ele nos provocou, nos humilhou, eu vou retornar.
A delegada avalia ainda que Guaranho não planejou o crime pois, embora tenha recebido a informação de que a festa tinha temática do PT e tenha ido até lá para provocar com música de Bolsonaro, cometeu o crime em um segundo momento.
Ainda segundo a delegada, para se enquadrar em motivação política, seria necessário identificar um desejo de Guaranho em impedir os direitos políticos de Marcelo, o que, para ela, seria “complicado de dizer”.
A Polícia Civil também abriu um inquérito para apurar as agressões sofridas por Jorge Guaranho após ele atirar contra Marcelo Arruda. Três pessoas são investigadas pelo caso, segundo a delegada Iane Cardoso.
A polícia também aguarda um laudo pericial para determinar a gravidade das agressões sofridas pelo policial penal federal.