Manaus – A Polícia Civil deflagrou uma operação denominada Aquarius, na manhã desta terça-feira (18), com o objetivo de combater a prática do jogo denominado “Baleia Azul”, que instiga e induz pessoas, especialmente crianças e adolescentes, a atos de autolesão e suicídio.
A operaçã acontece em: Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina, Amazonas, entre outros estados. Um dos suspeitos seria um dos curadores, que usava um perfil falso em uma rede social para fiscalizar os jogadores durante os desafios macabros da Baleia Azul.
O pedreiro Matheus Moura, 23 anos, foi preso em Nova Iguaçu na Baixada Fluminense e confessou ter aliciado 30 pessoas para o jogo. A delegada titular da DRCI, Daniela Terra disse que Matheus Moura confessou ser um dos curadores do jogo no Brasil. “Os agentes conseguiram se infiltrar em comunidades e identificar alguns desses curadores. Pelo menos 15 vítimas vieram procurar a DRCI e as investigações começaram no início do ano”, contou Daniela. As informações são do O DIA e R7.
Entre as vítimas da Baleia Azul está uma criança de 9 anos e uma adolescente que desenhou o símbolo do jogo no púbis, acima da vagina. Segundo a delegada, a faixa etária das vítimas é de 8 a 15 anos.”Os pais têm que avaliar a necessidade de uma criança de 8 anos ficar numa rede social”, questionou a delegada.
Na casa de Matheus a polícia apreendeu computador e celulares. As investigações mostraram que o suspeito criava comunidades para atrair as vítimas com nomes como ‘Você está triste?’ e criava testes a que os adolescente eram submetidos assim que entravam no jogo.
Segundo a delegada, muitas vítimas procuraram a DRCI, mas ainda não se sabe quantas era ligadas a Matheus. Além de confessar ter convencido 30 menores a participar do jogo, Matheus confessou que queria ganhar o posto de “curador” — como são chamados os aliciadores da Baleia Azul — e que há cinco “curadores” atraindo pessoas. “Vamos analisar o material apreendido em todos os estados, pois podem surgir novas vítimas e curadores”, disse a titular da DRCI.
As investigações começaram em janeiro, antes que alguma vítima prestasse queixa. Investigadores se infiltraram em comunidades suspeitas e identificaram Matheus.
“Em depoimento, a criança de 9 anos disse que participou do jogo porque queria ver os anjinhos.
Temos que entender o que os filhos estão fazendo. Por muitas vezes não entender preferimos que fiquem na Internet. Na maioria dos casos as vítimas estavam em depressão e isso é um problema social que se não tratarmos agora vai piorar”, disse a delegada.
A delegada-adjunta da DRCI, Fernanda Fernandes, disse que muitas pessoas procuraram a especializada para denunciar o jogo. “Temos vítimas que chegaram à delegacia a ponto de se matar, com cortes profundos pelo corpo”.
Em nota, o Facebook destacou que não permite “conteúdo na plataforma que promova ou incentive suicídio ou auto-mutilação, e colaboramos com as autoridades em casos que envolvam ameaças diretas à segurança física das pessoas”.
Nos Termos de Serviço do Facebook, documento como o qual todo usuário deve concordar ao fazer cadastro, o usuário se compromete a não usar a rede social se for menor de 13 anos, nem fornecer informações pessoais falsas.
A delegada-adjunta fez duras críticas ao Facebook, principalmente por não ter recebido da rede social informações solicitadas por ofício. “Se passassem as informações que pedimos outras crianças estariam preservadas e muitas vidas não estariam em risco. Com essas informações a investigação seria mais ágil e melhor se eles colaborassem”, disse.
Fernanda Fernandes informou que a investigação continua. “Haverá segunda e terceira fases. Essa, foi uma investigação preventiva porque não queríamos que existissem novas vítimas”, explicou.