MANAUS (AM) – Um abaixo-assinado com mais de mil assinaturas pede a investigação da deputada estadual Joana Darc (UB) por quebra de decoro parlamentar. O motivo é a invasão da sede do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Ibama), em Manaus, quando a capivara Filó foi resgatada no mês passado. A petição foi criada na página Change.org.
No texto, em colaboração com ex-servidores, servidores do Ibama, além de ambientalista, protetores ambientais, cientistas, entre outros, a deputada é acusada de criar “factóides” para difamar o Ibama. Ela também é acusada de praticar assédio contra uma servidora.
“Na ocasião, a parlamentar cometeu assédio e ameaça contra servidora pública federal, produziu vídeos em redes sociais difamando funcionária do Ibama, filmando e publicando na internet o próprio ato repugnante. Na ação, atirou-se sobre o carro da servidora em questão, que estava saindo do trabalho”, diz trecho do texto.
Joana esteve no Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), em Manaus, e publicou diversos vídeos que foram postados nas redes sociais. Ela também é acusada de ter forçado a entrada no local, em um final de semana.
O pedido de investigação é pedido ainda por causa do comportamento em frente às câmeras. “Durante estes dois dias (29 e 30) a deputada se comportou de forma ‘histérica’, simulando choro, se ajoelhando no chão, correndo de um lado para o outro, gritando e ameaçando os servidores presentes. Sua equipe de assessores esteve sempre presente, filmando a deputada de todos os lados em suas manifestações dramáticas na área do CETAS. ‘Não me toque’ era uma exclamação repetida várias vezes, mesmo que ninguém tentasse contê-la naquele momento”, diz outra parte da publicação.
Segundo o texto, o Centro continua sendo referência para receber animais silvestres, sendo o único em todo o estado do Amazonas e que os órgãos ligados inclusive ao governo do Amazonas não apontaram problemas nos Cetas nos últimos anos como afirma a deputada.
Outro ponto foi a questão das vacinas, que no abaixo-assinado é explicado que o Ibama não aplica nos animais e que Joana não tem provas de que os medicamentos vencidos são aplicados nos animais. “O Ibama não aplica vacinas nos animais, o protocolo clínico veterinário determina que não se imuniza animais silvestres. Sendo falsa a alegação da deputada de que encontrou vacinas no lugar; Os medicamentos vencidos estavam estocados para descarte adequado em local separado, uma vez que não se pode descartar medicamentos no lixo comum. Ou seja, apesar do sensacionalismo, não existiam irregularidades no CETAS. Não há provas por parte da deputada de utilização indevida de nenhum produto vencido por parte do IBAMA. A deputada não pode utilizar de sua prerrogativa de deputada para fazer denúncias levianas e acusar que o IBAMA utilizava essas medicações nos animais sem prova alguma!”.
A deputada ainda não se manifestou sobre o abaixo-assinado até a publicação desta matéria.