Paraty – RJ| O crime envolvendo a morte de um turista e o estupro de sua mulher na Praia do Sono, em Paraty, encorajou outras vítimas a procurar a polícia para prestar depoimentos. Ao menos outras três mulheres também foram vítimas de Edson Santos, que é suspeito de ter matado o lituano Adam Zindul, de 37 anos, após ter estuprado a esposa dele, uma paulistana de 35 anos, na madrugada de quinta-feira,6.
O delegado Marcello Russo, titular da 167ª DP, informou que três mulheres procuraram a polícia depois que se sentiram mais seguras. Os relatos são os mesmos, ele as amarra para estuprar enquanto as agredia. Todos os casos ocorreram em Paraty. O delegado ainda fez um apelo para que outras vítimas de Edson Santos denunciem.
Sobre o perfil de Santos, o delegado afirma que o suspeito é “altamente frio” e não confessa nenhum dos crimes.
“Ele é altamente frio. Assinou a nota de culpa como se estivesse assinando um recibo ou contrato de trabalho. Não demonstra remorso e nunca vai confessar nenhum dos crimes. Tem uma psicopatia no depoimento dele, que nega fatos incontestáveis demonstrando mentira”, completa.
Segundo Russo, o suspeito é de uma região chamada Pantanal, tem mulher e duas filhas pequenas. Trabalhava como cortador de grama.
A vítima prestou depoimento antes de saber que o marido tinha sido morto.
“A vítima pediu socorro por volta das 2h30. A vizinhança nos contou que havia um homem suspeito na região há alguns dias e nos deu o endereço de onde ele estava hospedado, fomos até lá e o encontramos dormindo. Ao acordar, ele disse que não tinha nada a ver com aquele crime. Sempre frio e com olhar distante”.
Edson Santos já tem uma passagem pela polícia, preso por tráfico de drogas. No caso dos turistas, ele foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe; por impossibilidade de defesa da vítima e tortura); tentativa de feminicídio (ele tentou asfixiar a vítima, que desmaiou durante o ataque) e estupro.
“O primordial para nós foi que a vítima reconheceu não só o suspeito, como também os instrumentos utilizados por ele, como luvas e um uniforme militar. De acordo com o que investigamos, Santos direcionou a cadeira na qual estava preso o turista para que ele assistisse o ataque, com requintes de crueldade e tortura. Espero que ele seja condenado”.