São Paulo – Uma das dificuldades enfrentadas no combate ao câncer é o fato de os tumores serem formados por células do próprio corpo, mas uma vacina mostrou ser capaz de ativar o sistema imunológico do paciente contra a doença.
Os resultados dos experimentos com camundongos foram bem sucedidos, e os primeiros testes com humanos já estão em andamento. De acordo com os pesquisadores, a expectativa é que a técnica seja aplicável a qualquer tipo de neoplasia, numa “nova classe universal de vacina” contra o mal que mata mais de 8 milhões de pessoas por ano.
“A abordagem de imunoterapia com nanopartículas de RNA introduzida aqui pode ser considerada uma nova classe universal de vacina para a imunoterapia do câncer”, diz o estudo publicado nesta quarta-feira na “Nature”.
Até agora, os cientistas tentavam criar em laboratório células imunológicas capazes de combater o câncer, e depois as injetavam no paciente. A nova técnica introduz pedaços do RNA do tumor nas células imunológicas dentro do corpo. A ideia por trás do procedimento é simples. As células cancerígenas não são atacadas pelo sistema imunológico porque são similares às células sadias. Então, os pesquisadores pegam pedaços do RNA que as diferenciam das células normais e as “apresentam” para as células dendríticas, responsáveis por mostrar aos linfócitos T quais antígenos devem ser destruídos.
O procedimento foi bem sucedido em combater formas agressivas de tumores crescendo em camundongos. Os pesquisadores também testaram uma versão da vacina em três pacientes com melanoma, não com o objetivo de testar a eficácia, mas observar a segurança da aplicação em humanas. Os efeitos colaterais foram limitados a sintomas de um resfriado, o que é muito melhor que os danos provocados pela quimioterapia.
Agora, a equipe aguarda um período de 12 meses de observação dos testes de segurança. Se tudo correr bem, um teste clínico maior será realizado para comprovar a eficácia do tratamento.
Com informações O Globo.
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