MANAUS (AM) – A família e amigos da amazonense Klicia Lima da Silva, de 35 anos, tinham conhecimento de que ela estava vivendo um relacionamento abusivo, marcado por agressões físicas, e que ela estava prestes a retornar para Manaus. Prints de conversas da vítima mostram que ela viria depois do dia 5 por não aguentar mais viver com o engenheiro mecânico Edson Fernandes Sales Cardoso. Ele está preso pelo feminicídio.
“Ele me pediu só pra esperar ele receber o dinheiro do Israel pra me dar pra eu ir. Dia 05”, diz uma das conversas que não indica o mês, mas mostra que Klicia queria ir embora o quanto antes. Ela diz ainda que já tinha falado ao agressor que ela não conseguiria se acostumar em São Paulo com ele e que o fim do relacionamento foi quando ele quis a humilhar, agredir e ainda cuspir.
Em outra conversa, a vítima diz que está denunciando o homem na delegacia e que, domingo, iria embora. Não há informações de qual mês aconteceu as conversas, mas Klicia já demonstrava que queria voltar para a cidade natal. A amiga ainda a alerta: “Pelo amor de Deus sai dai. Se não tu vai morrer”.
Klicia conheceu o engenheiro enquanto morava em Fortaleza. Os dois se apaixonaram e iniciaram um relacionamento. Ao receber uma proposta de trabalho, em Piracaia, São Paulo, ele a chamou para ir junto e, apaixonada, foi.
De acordo com o delegado Luiz Carlos Zilioti, titular da unidade policial de Piracaia, em agosto Klicia registrou um Boletim de Ocorrência (BO) antes de ser morta onde dizia que Edson relatou que se ela não fosse dele, “não seria de mais ninguém”.
A irmã dela, Carla Silva, disse que Klicia foi ainda envenenada com chumbinho, um veneno de rato, e que o pescoço foi quebrado além das outras pancadas sofridas pelo corpo. Ela também relatou que o homem usava ketamina e ficava agressivo.
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