X

Procurador de Atalaia do Norte é um dos advogados do suspeito no sumiço de jornalista e indigenista

As buscas nesta quinta-feira (9) entram no 4º dia. Foto: Reprodução

ADVERTISEMENT

MANAUS (AM) – Um fato que chamou a atenção da polícia é que o procurador-geral do município de Atalaia do Norte, Ronaldo Caldas da Silva Maricau, e o também procurador David Barbosa de Oliveira, do município vizinho, Benjamin Constant, são os advogados de defesa de Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, o “Pelado”, preso suspeito de envolvimento no desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. As buscas entram no 4º dia.

Embora haja suspeição, a atividade não é ilegal. De acordo com reportagem de Daniel Biasetto, do O Globo, em Atalaia do Norte existe interferência política para soltar Pelado. Nesta quinta-feira (9) o suspeito, que foi preso com forte armamento das Forças Armadas, passará por audiência de custódia.

De acordo com integrantes da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Pelado seria o pescador que ironizou o fato do indigenista andar armado e o ameaçou: “Quero saber se ele atira bem”.

Testemunhas

Mais de seis testemunhas já foram ouvidas pela Polícia Civil. Uma delas revelou que viu quando Pelado saiu armado atrás da lancha onde estavam os dois. Eles tinham acabado de sair da comunidade São Rafael, no último domingo (5).

No relato, a testemunha revela que Pelado é tio de “Churrasco”, o líder comunitário com quem Bruno e Dom foram se encontrar na comunidade no dia do desaparecimento, mas ele não estava lá.

Ela o classifica como um homem perigoso e diz que ele já vinha ameaçando Bruno por conta do trabalho desempenhado com indígenas na área. Constantemente, Amarildo dizia que ia “acertar as contas” com o indigenista e voltou a repetir a ameaça no dia em que armado atrás da lancha do servidor da Funai.

Bruno era considerado um dos homens mais odiados pelos garimpeiros que extraem ouro dos rios da Amazônia e poluem as nascentes na região. Em 2019, quando ainda como coordenador-geral de índios isolados e recém-contatados da Funai, Bruno ajudou a elaborar um plano conjunto com a Polícia Federal para destruir balsas ilegais de garimpeiros que exploravam minérios em áreas próximas a índios isolados na Terra Indígena Vale do Javari.

Nesta quarta, a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informou que a substância luminol seria usada para auxiliar nas investigações. A mesma aponta vestígios de sangue em materiais que foram apreendidos com o suspeito.

Vanessa Bayma:

This website uses cookies.