Rio – O físico argelino naturalizado francês Adlène Hicheur, de 39 anos, deportado pelo governo brasileiro nesta sexta-feira depois de viver três anos no Brasil, chegou a Paris e foi liberado para ir para a casa da família.
O físico já tinha estado preso na França, após ser condenado a 5 anos de prisão sob a acusação de planejar atentados terroristas. Após 2 anos na prisão, obteve liberdade provisória e se mudou para o Rio, onde se tornou professor visitante do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Seu contrato com a UFRJ terminaria em julho, mas a universidade decidiu renová-lo por mais um ano. Por isso, encaminhou aos órgãos federais a documentação necessária para a renovação do visto. Mas hoje foi publicada no Diário Oficial da União uma decisão do Ministério da Justiça negando o pedido de renovação, sem exposição de justificativas.
Na noite de sexta-feira, Hicheur teve de embarcar em um voo da TAP para Paris, via Lisboa, por determinação do Ministério da Justiça, que atendeu recomendação da Polícia Federal.
Em nota no site, a UFRJ disse que ficou surpresa e preocupada com a ação da Polícia Federal “anunciada sem apresentação de justificativas claras e atenção a princípios democráticos básico”, em referência ao direito à defesa.
A UFRJ havia aprovado pedido de renovação de contrato com o professor, após análises de órgãos internos. Hicheur, na Instituto de Física, desenvolveu importantes pesquisa, com destaque para descobertas para a Física de Partículas e contava com apoio do Centro Brasileiro de Pesquisas.