Manaus – Cerca de 900 profissionais de educação, entre professores, pedagogos, merendeiros e vigias, segundo informações da assessoria do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Estado do Amazonas (Sinteam), realizaram, na manhã desta terça-feira (29), uma manifestação em frente à sede do Governo do Amazonas, na Avenida Brasil, bairro Compensa, zona oeste da capital. O ato teve início por volta das 8h. A Polícia Militar relatou que 150 pessoas participaram da manifestação.
Uma paralisação de professores da rede estadual de ensino também acontece, durante todo o dia, na capital e no interior do Estado, conforme o presidente do sindicato, Marcus Libório de Lima.
A Secretaria Estadual de Educação informou, por meio da assessoria, que está fazendo um levantamento do número de escolas afetadas pela paralisação e irá enviar posicionamento sobre as reivindicações da categoria.
De acordo com o presidente do sindicato, a paralisação pode ser considerada uma advertência ao Governo do Estado, e a suspensão das atividades em escolas da capital e do interior atingirá os três turnos. “A ideia é cruzar os braços. A mobilização de paralisação das escolas deve atingir 300 instituições na capital e 30 mil trabalhadores de todo o Estado. Até o momento, temos instituições paralisadas em 22 municípios, entre Manacapuru, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Parintins e outros”, afirmou.
Marcus Libório disse que, aproximadamente, 500 mil alunos em todo o Amazonas ficarão sem aula durante todo o dia de hoje.
O presidente também destacou as principais reivindicações do grupo. “O plano de cargo dos professores diz que o dia 1º de março é nossa data-base, com o reajuste da inflação. Não recebemos no dia 1º, o reajuste está congelado. Ano passado não foi feito e nem este ano. Só o acúmulo disso tudo é 20%, que é o mínimo. Queremos, além disso, ganho real de mais de 10%. Outra pauta da manifestação é o plano de saúde. O secretário disse que seria instituído em dezembro do ano passado, mas até agora nada”, lamentou.
Conforme o professor de Química da Escola Estadual Manuel Severiano Nunes, localizada no bairro Alvorada, Thiago Valente, o grupo também pede mais infraestrutura nas escolas. Segundo ele, até os alunos compreendem a necessidade da paralisação. “Hoje, o sindicato convocou a manifestação, porque, há dois anos, o governo não cumpre o reajuste da data-base. O plano de saúde também não foi implementado, e há pouca infraestrutura nas escolas. Durante a chuva de ontem, várias salas de aula da instituição ficaram alagadas. Os alunos nos apoiam, pois sabem da nossa realidade. Estamos cobrando nossos direitos”, ressaltou.
Já a professora de Língua Estrangeira da Escola Estadual Roberto dos Santos Vieira, no bairro Nova Cidade, Darlem Lúcia de Oliveira, comentou que a categoria entrou no segundo ano sem reajuste salarial. “Essa manifestação é um ato de cidadania, em busca da valorização e respeito que os professores não possuem”, finalizou.
Trânsito
De acordo com o supervisor do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), Ian Domingues, dez agentes do órgão auxiliaram na fluidez do trânsito no local, pois, durante a manifestação, o trecho da Avenida Brasil, em frente à sede do Governo, foi fechado, constantemente, de cinco em cinco minutos.
“O trânsito ficou tranquilo, houve pouca retenção para quem estava vindo da Coronel Teixeira para a Avenida Brasil. Atuamos com o objetivo de não prejudicar os condutores”, relatou.
Conforme o Manaustrans, a via foi liberada por volta das 11h.
[impulsosocial] [impulsosocial_popup]