São Paulo – Um projeto assinado por quase toda a cúpula da Câmara prevê que o serviço médico da Casa seja usado por cônjuges, pais, filhos e outros dependentes de ex-deputados.
A medida foi elaborada a pedido do primeiro-secretário da Mesa, Beto Mansur (PRB-SP). Ao jornal “Folha de S. Paulo”, ele alega, no entanto, que não sabia da criação do “plano de saúde” para parentes de ex-deputados, classificado por ele como um “jabuti”, termo usado no Congresso para definir a inclusão de artigos suspeitos em projetos.
Mansur disse ter pedido à assessoria técnica da Casa a elaboração de um projeto apenas para permitir convênios com outros órgãos da administração pública federal.
Após ser questionado pela Folha, o primeiro-secretário chamou assessores técnicos da Câmara em seu gabinete e, na presença da reportagem, determinou a confecção de novo projeto. Ele e os técnicos, porém, disseram não saber quem foi o autor da redação que abria o serviço médico da Casa a parentes de ex-deputados.
O departamento médico da Câmara oferece atendimento emergencial e ambulatorial, realizando exames nas áreas de radiologia, cardiologia e endoscopia, entre outras. Faz ainda pequenas cirurgias que não necessitem de internação.
Mansur disse que sua intenção é firmar convênios com outros órgãos, como o Supremo Tribunal Federal —permitindo aos servidores do STF o uso do serviço da Câmara, em troca de os servidores da Câmara poderem usar parte do serviço médico do STF– e o governo do Distrito Federal. “Podemos fazer um convênio com o governo do Distrito Federal para atender o SUS, já que temos aqui um tomógrafo computadorizado que está sendo subutilizado”, afirmou.
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