São Paulo – O empresário Laodse de Abreu Duarte, um dos diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), é o maior devedor da União entre as pessoas físicas.
Segundo o jornal o Estado de S. Paulo, o empresário Laodse de Abreu Duarte deve individualmente R$ 6,9 bilhões, valor que supera as dívidas dos governos da Bahia, de Pernambuco e outros 16 estados brasileiros.
Além de Laodse, aparecem no topo do ranking dos devedores pessoas físicas dois de seus irmãos: Luiz Lian e Luce Cleo, com dívidas superiores a R$ 6,6 bilhões. No caso desses três irmãos, quase a totalidade do valor atribuído a cada um diz respeito a uma mesma dívida, já que eles eram gestores de um mesmo grupo empresarial familiar que está sendo cobrado pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.
Além do título da pessoa física com mais débitos com a União, o empresário Laodse de Abreu Duarte aparece em escândalos de repercussão nacional. Um dos inquéritos sobre o esquema do mensalão indica que o esquema montado pelo empresário Marcos Valério de Souza fez sete pagamentos a uma empresa de comércio e exportação de grãos ligada a Abreu Duarte.
Em 2003, o empresário foi condenado a cinco anos de prisão, pena que foi posteriormente convertida a prisão domiciliar, após ser acusado pelo Ministério Público de participar de suposto esquema de falsificação de operações de exportação de soja, com valor superior a US$ 60 milhões. Laodse também foi indiciado pela CPI do Banestado, em 2004.
Em 2006, o Ministério da Justiça pediu aos Estados Unidos colaboração para investigar a suspeita de lavagem de dinheiro e crimes financeiros envolvendo o empresário, João Francisco Daniel (irmão do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel) e Geraldo Rondon da Rocha Azevedo. O inquérito foi arquivado em 2010.
De acordo com o jornal, o rombo criado por pessoas e empresas com o governo federal já ultrapassa R$ 1 trilhão. E a grande parte desse montante – R$ 812 bilhões – são frutos de devedores grandes, com dívidas superiores a R$ 15 milhões. Ou seja: o débito dos maiores devedores brasileiros representa cinco vezes o buraco total no Orçamento federal previsto para este ano.
O diretor da Fiesp disse que sua condenação por crime contra a ordem tributária ainda não foi julgada em segunda instância, “o que torna precipitado qualquer conclusão ou juízo” e negou qualquer tipo de ligação com os casos do mensalão e do Banestado.