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Renan deve decidir sobre impeachment de Rodrigo Janot na quarta

DF - STF/EDSON FACHIN/POSSE - POLÍTICA - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot (e), e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), durante a cerimônia de posse de Luiz Edson Fachin como ministro do STF, em Brasília, nesta terça- feira. 16/06/2015 - Foto: ANDRÉ D-- -- USEK/ESTADÃO CONTEÚDO

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São Paulo – Alvo de mais uma delação, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), subiu à tribuna do plenário nesta quarta-feira para fazer uma ameaça velada ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que já encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de prisão do peemedebista. Calheiros fez questão de ressaltar que a Casa já recebeu nove pedidos de impedimento de Janot e, em seguida, falou que excessos podem ser “corrigidos”.

Renan disse que quatro ações contra o procurador já foram arquivadas e que analisará os novos pedidos com o mesmo critério e “sem nenhuma preponderância de fatores políticos ou pessoais”. “Instituições não se prestam e não podem servir de biombos para persecuções individuais. Quando há um excesso contra o indivíduo, eu já disse aqui e queria repetir, ele é assimilável, ele é corrigível, não pode haver excesso contra a instituição”, afirmou na tribuna do Senado.

No início deste mês, Janot pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão de Renan, do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), do senador Romero Jucá (PMDB-RR), além de monitoramento por tornozeleira eletrônica do ex-presidente da República José Sarney.  Na terça-feira, o ministro do Supremo responsável pela Lava Jato, Teori Zavascki, negou os pedidos de Janot referentes a Renan, Jucá e Sarney, e determinou o fim do sigilo da delação premiada do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, firmada no âmbito da Lava Jato.

Janot havia pedido a prisão de Renan e Jucá e o monitoramento de Sarney alegando que o trio estaria buscando obstruir as investigações da operação Lava Jato.

Também nesta quarta, associações do Ministério Público divulgaram nota em defesa da atuação de Janot e criticando o que afirmam ser tentativas de desqualificar o trabalho do Ministério Público Federal.

“No momento em que um membro do Ministério Público move o sistema de Justiça para responsabilizar faltosos, é natural a reação adversa dos chamados a se explicar”, afirma a nota, assinada por seis presidentes de associações do Ministério Público.

“Quando a sociedade assiste ataques ao procurador-geral da República, presencia exatamente o mesmo comportamento, apenas com a diferença de que entre os investigados com os quais lida o Chefe do MPU (Ministério Público da União), por força da Constituição, incluem-se algumas das maiores autoridades do país. O PGR, assim como o Ministério Público, age sempre com total imparcialidade, de acordo com a lei, sem olhar a quem.”

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