Manaus (AM) – Oito réus, incluindo os influenciadores João Lucas da Silva Alves, conhecido como Lucas Picolé, Enzo Felipe Da Silva Oliveira, apelidado de Mano Queixo, Isabelly Aurora, Aynara Ramilly e Victor Monteiro, foram interrogados nesta sexta-feira (05) durante uma audiência de instrução. Eles enfrentam acusações que incluem organização criminosa, apropriação indébita, promoção de loteria sem autorização legal, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.
A audiência foi conduzida pela juíza Aline Kelly Ribeiro Marcovicz Lins, que realizou o interrogatório dos oito réus, além de ouvir um das vítimas e duas testemunhas de defesa. A fase inicial da audiência, realizada no início de março, já havia ouvido outras vítimas e testemunhas de acusação.
Durante a audiência desta sexta-feira, que ocorreu de forma híbrida, foram feitos alguns pedidos pela defesa e concedidos. O pedido de liberdade de João Lucas foi negado e sua prisão foi mantida, pois ele havia descumprido medidas cautelares anteriormente e não havia atraso injustificado na conclusão da instrução processual, que não foi concluída nesta data devido a solicitação da defesa, afirmou a juíza.
Após a realização de diligências solicitadas pela defesa, os autos serão encaminhados ao Ministério Público e à defesa para apresentação de argumentos, seguido do pronunciamento da sentença no processo.
Denúncia
O Ministério Público acusou os réus por diversos crimes, com a denúncia sendo aceita em 21/09/2023, envolvendo três vítimas. Os réus no processo enfrentam acusações por:
- João Lucas da Silva Alves (“Picolé”), por crimes relacionados à organização criminosa, estelionato, apropriação indébita, promoção de loteria sem autorização legal, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro;
- Enzo Felipe Da Silva Oliveira (“Mano Queixo”), por crimes relacionados à organização criminosa, estelionato, apropriação indébita e promoção de loteria sem autorização legal;
- Flávia Ketlen Matos da Silva, por crimes relacionados à organização criminosa e lavagem de dinheiro;
- Isabelly Aurora Simplício Souza, por crimes relacionados à organização criminosa, estelionato, promoção de loteria sem autorização legal e lavagem de dinheiro;
- Aynara Ramilly Oliveira da Silva, por crimes relacionados à organização criminosa e promoção de loteria sem autorização legal;
- Paulo Victor Monteiro Bastos, por crimes relacionados à organização criminosa e lavagem de dinheiro;
- Isabel Cristina Lopes Simplício, por crimes relacionados à organização criminosa e lavagem de dinheiro;
- Marcos Vinícius Alves Maquiné, por crimes relacionados à organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Condutas
Segundo a denúncia do Ministério Público, os réus estavam envolvidos em atividades ilegais relacionadas à venda de rifas com prêmios diversos, incluindo veículos. Lucas e Isabelly receberam grandes quantias em dinheiro decorrentes das vendas de bilhetes de rifas para prêmios, enquanto Enzo e Aynara estavam envolvidos em vendas de rifas com prêmios menores.
O Ministério Público também alega que Enzo trabalhava em conjunto com Lucas em todas as etapas do esquema, incluindo a arrecadação de prêmios e a entrega dos mesmos.
Para ocultar a origem do dinheiro, Lucas utilizava a conta de Marcos, com seu consentimento, sabendo que seria usada para receber dinheiro das rifas ilegais.
Flávia, cunhada de Lucas, estava principalmente envolvida na loja Lucca Conceito e na lavagem de dinheiro, permitindo que Lucas comprasse veículos em seu nome.
O círculo familiar de Isabelly também estava envolvido na organização criminosa, especialmente para ocultar a propriedade dos veículos, que foram registrados em nome de sua mãe Isabel e seu ex-companheiro Paulo Victor.