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Roraima tem ‘capital do estupr0’ com uma a cada 500 mulheres sendo vítimas

Foram 504 estupros de mulheres no norte de Roraima, o que dá uma taxa de 191 casos por 100 mil habitantes. Foto: Reprodução

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RORAIMA – Uma em cada 500 mulheres são vítimas de estupro no estado de Roraima, segundo dados coletados e organizados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28) pelo podcast A Hora, do UOL, e mostra ainda que a subnotificação passa de 90%, estimando que a taxa seja dez vezes ainda maior.

O norte do estado, da capital Boa Vista até Pacaraima na fronteira com a Venezuela; da reserva Raposa Terra do Sol, a leste, ao território yanomami a oeste – é a mesorregião recordista de estupro de mulheres no Brasil.

Os dados são de 2022, último ano do governo Bolsonaro. Foram 504 estupros de mulheres no norte de Roraima, o que dá uma taxa de 191 casos por 100 mil habitantes. A grande maioria dos casos ocorreu na capital: 387. A taxa em Boa Vista ficou em 185 estupros por grupo de 100 mil mulheres, a maior entre todas as capitais e 31% mais alta que a de Macapá, capital do Amapá, que ficou em segundo lugar.

As causas dessa violência de gênero, ainda de acordo com os dados, são muitas, principalmente por conta da fronteira entre o Brasil e a Venezuela: imigrantes vulneráveis, contrabando de ouro, tráfico de drogas, garimpeiros invadindo áreas indígenas e atraindo zona de prostituição, tráfico de mulheres e também a facção criminosa PCC.

O problema, no entanto, já vem desde 2018, quando ocorreu a grande migração venezuelana. Os refugiados logo foram acolhidos às pressas, mas o crime organizado tomou conta das pessoas que precisavam de ajuda para sobreviver e passou a cooptá-los para a criminalidade.

A violência começou a aumentar, inclusive os relatos de estupro com xenofobia e ainda prostituição. Em vários bairros, ainda é comum ver a qualquer hora do dia várias mulheres nas calçadas e cada vez mais crianças com as mães morando nas ruas.

Nos mesmos dados, foi registrado ainda que o norte do Amapá teve uma taxa ainda mais alta, de 262 estupros por 100 mil mulheres, no entanto a população é cerca de 90% menor do que a do Norte de Roraima, não chegando a 100 o número de estupros, mas ainda sim também mostrando um alerta na região.

Expressoam:

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