CHINA – | Uma seita que está agindo na clandestinidade tem chamado a atenção na China. A Igreja do Deus Todo Poderoso (ou Relâmpago Oriental) acredita que Jesus já voltou e ele é uma mulher. A seita, proibida desde 1995 pelo governo chinês, é considerada muito violenta e um “culto do mal” porque força conversões.
No entanto, calcula-se que atualmente tenha entre 3 a 4 milhões de adeptos que acreditam que a reencarnação de Jesus atenderia pelo nome de Yang Xiangbin, ou simplesmente Deng. Por segurança, o nome nunca foi confirmado. Deng seria namorada de Zhao Weishan, o fundador da seita chinesa.
A história oficial da origem da seita diz: “Em 1991, uma irmã na igreja foi transformada e recebeu a palavra do Espírito Santo e testemunhou ‘o nome de Deus’ e ‘a chegada de Deus’. Todos estavam entusiasmados, mas não entendiam o que estava acontecendo. Então Cristo começou a falar, proferindo um discurso após o outro. As pessoas os distribuíam e sentiam que eram palavras do Espírito Santo, e certamente de Deus”.
Muitas informações sobre o grupo religioso são censuradas pelo regime comunista chinês, mas o que se sabe é que a maior parte dos religiosos são formados por mulheres solteiras, de meia-idade, que abandonaram suas famílias, filhos, para viver nessas igrejas secretas.
O culto tem fama de violento, de acordo com o regime de Pequim, adotando a tática de sequestros para forçar conversões. A Igreja do Deus Todo Poderoso é classificada pelo governo como “o culto mais violento do país”.
Um exemplo desse comportamento agressivo ocorreu, segundo informações oficiais, em 2002, quando integrantes da seita sequestraram 34 membros de uma igreja caseira protestante. As vítimas foram mantidas em cárcere privado por duas semanas, quando foram doutrinadas para se converter e aceitar Deng, a mulher, como Jesus reencarnado. Os que resistiram tiveram parte de uma orelha decepada, de acordo com relatos produzidos pelo governo.
Os fundadores da seita fugiram para Nova York (EUA) com o status de refugiados perseguidos pelo governo chinês, contou reportagem do “Daily Star”. Muitos seguidores teriam tido o mesmo destino. Há grande número de adeptos vivendo na Coreia do Sul e em Taiwan. O governo britânico já recebeu pedido de fiéis para asilo.