São Paulo – O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou a prisão domiciliar do banqueiro André Esteves e permitiu que ele volte a trabalhar no banco BTG Pactual, que administrava até o ano passado, quando foi preso por suspeita de atrapalhar as investigações da Lava-Jato. Foi mantida a restrição para viagens ao exterior. Se Esteves quiser passar mais de sete dias fora do Brasil, precisará avisar à Justiça. O STF não divulgou o teor da decisão.
Esteves foi preso em novembro do ano passado e ficou menos de um mês atrás das grades. Na mesma ocasião, foram expedidos mandados de prisão contra o senador Delcídio Amaral (sem partido-MS); o ex-chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira; e o advogado Edson Ribeiro, contratado para defender o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Os três participaram de reuniões para combinar o pagamento de propina à família de Cerveró. Em troca, o acusado não denunciaria o senador e o banqueiro no acordo de delação premiada que firmaria com o Ministério Público Federal. Esteves foi solto logo em seguida porque ele não teria participado dessas reuniões. Nas ocasiões, ele foi apenas mencionado pelos presentes. As reuniões foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras. Os áudios são utilizados como prova na Lava-Jato.
Em delação premiada, Delcídio disse que Esteves teria se comprometido a pagar R$ 1,5 milhão a Edson Ribeiro. Segundo o senador, o banqueiro temia que Cerveró contasse ao Ministério Público sobre as propinas que um sócio dele pagou à BR Distribuidora para ter essa bandeira em uma rede de postos de gasolina.
A Procuradoria-Geral da República apresentou ao STF denúncia contra Delcídio e Esteves. Eles são acusados dos crimes de embaraço a investigação e patrocínio infiel. O caso é mantido em sigilo.
Com informações O Globo.
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