Manaus – Um homem de 32 anos, que não teve a identidade revelada pela polícia e estava preso por suspeita de envolvimento em crime de estupro de vulnerável e violência doméstica, foi vítima de tentativa de homicídio na unidade prisional do município de Manacapuru (distante 68 quilômetros de Manaus) na tarde desta quarta-feira (16).
Na tentativa de matar o acusado, os presos da delegacia da região torturaram e, inclusive, cortaram a orelha do suspeito. A vítima só conseguiu ajuda depois que passou a gritar quando estava sendo estrangulado pelos colegas de cela. Os detentos utilizaram uma fralda para tentar consumar o ato.
De acordo com delegada Roberta Farias, titular da Delegacia Interativa de Polícia da região (DIP), o suspeito foi denunciado na manhã de ontem, após a enteada dele, uma adolescente de 12 anos, decidir revelar à policiais militares que estava sendo ameaçada pelo padrasto. “A jovem denunciou ainda que a mãe dela, uma mulher de 27 anos, e a avó de 52 anos, também foram vítimas de ameaça e que o infrator ligou uma motosserra para intimidar a família”, revelou.
A prisão do suspeito foi realizada por PMs do 9º Batalhão de Polícia Militar da região que, na ocasião, foram informados pela adolescente que o padrasto cometia abuso sexual contra ela. “O homem recebeu voz de prisão e foi conduzido até a delegacia, onde os procedimentos de autuação foram realizados. Ele foi posto em uma cela separada com outros três presos. Instantes depois, com a presença da menor na delegacia para prestar depoimento, os infratores tiveram conhecimento de que o homem estava preso por envolvimento em estupro, foi então que as agressões tiveram início”, informou a delegada revelando que o preso teve parte da orelha decepada.
A Polícia Civil do Amazonas não soube informar se foi utilizado objetos cortantes para a retirada do membro do homem e não revelou mais detalhes sobre as agressões. Por meio de nota, a assessoria divulgou que “um dos envolvidos na ação, que não teve o nome identificado, foi autuado em flagrante por lesão corporal e tentativa de homicídio”.
Roberta informou ainda que, durante depoimento, a jovem não soube explicar com riqueza de detalhes o crime de estupro cometido pelo padrasto. “As informações são muito contraditórias. Apuramos algumas informações e encaminhamos a adolescente para ser acompanhada por um psicólogo. Ela também deve ser submetidas a exames de corpo de delito, onde um exame de conjunção carnal deve ser realizado com o intuito de identificar se, de fato, houve o crime de estupro”, frisou.
O acusado, que sofreu a agressão na delegacia, foi socorrido por uma equipe médica do hospital Lázaro Reis, bairro São José, naquela região. Mas, por conta da gravidade dos ferimentos, precisou ser transferido para uma unidade de saúde em Manaus. A polícia informou que o homem está recebendo cuidados médicos, sob custódia policial, no Hospital e Pronto Socorro (HPS) João Lúcio, Zona Leste.
Não há informações sobre o estado de saúde dele. Após os procedimentos na unidade, o suspeito deve retornar para a delegacia de Manacapuru, onde aguardará, preso, o andamento das investigações.
A família do acusado negou que ele tenha violentado sexualmente a adolescente e informou à polícia que a vítima mentiu porque estava com raiva do padrasto por ter agredido a mãe dela.
Com informações Portal Em Tempo.