MANAUS – AM | Durante uma visita a uma área de risco na comunidade Santa Marta, na norte de Manaus, em fevereiro de 2011, o prefeito Amazonino Mendes (PTB), discutiu com uma moradora que estava no local onde uma mulher e duas crianças morreram soterradas sob um barranco que desabou no último domingo.
O prefeito concedia uma entrevista à uma emissora local e dizia que as pessoas tinham que ajudar a prefeitura, não construindo casas “onde não devem”.
A moradora se irritou e disse que todos só moravam ali não tinham condições de construir “uma moradia digna” em outros lugares. Irritado, o prefeito respondeu prontamente: “Minha filha, então morra, morra”.
A moradora, que foi identificada apenas como Maria, rebateu afirmando que se fosse daquela forma, todos os moradores teriam que morrer. O prefeito se voltou para mulher questionando sua origem. Ao responder que ela vinha do Pará, o político concluiu: “Então pronto, está explicado.”
Horas depois, o então prefeito Amazonino Mendes falou sobre o episódio.
“Houve um grande mal-entendido, porque na verdade fui para lá salvar vidas e cumprir o meu dever. Fui lá ver o problema, e é natural ver as pessoas em áreas de risco, elas podem morrer. Aí uma moradora desavisada discutiu sob o aspecto de não sair de lá. Então, eu disse: ‘Morra’. A senhora pode morrer. É a mesma coisa, é a mesma expressão. Quando eu perguntei: ‘De onde você é?’, por que eu fiz a pergunta. Vocês vão já me entender. Ela disse que veio do Pará e eu disse ‘Está explicado’, porque não é o Pará. É Roraima, Pará, Maranhão… Quem não é de Manaus e vem para cá, é uma cidade complexa e diferente, e ficam fazendo habitações em lugares impróprios. Nós estamos cheios desse tipo de problema. Não foi discriminação, não tem nada disso”, declarou.
Um momento que ficou marcado na história da política Amazonense, que sempre entrega pérolas inesquecíveis. Quantos anos você tinha nessa época?