Manaus – O major da Polícia Militar Lurdenilson Lima de Paula, 40, ficou paraplégico após ser baleado na coluna vertebral por outro PM, o tenente Joselito Pessoa Anselmo, de 54 anos, que teria “surtado” e feito os disparos dentro do carro após passar a noite ingerindo bebidas alcoólicas.
Lurdenilson e o borracheiro Robson Almeida Rodrigues, 25, foram sobreviventes do duplo homicídio do cabo Grasiano Monteiro Negreiros, 36, e do sargento Edizandro Santos Louzada, 40.
A lesão foi na vértebra, ele se submeteu a uma cirurgia de urgência, no Hospital e Pronto Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, na zona Leste de Manaus. Ele fez tratamento de fisioterapia e hidroginástica após cirurgia.
Depois, conseguiu uma vaga no hospital Sarah Kubitschek em Brasília, e começou um rigoroso tratamento de reabilitação. O começo de uma nova vida, em cadeira de rodas.
Entenda o caso
O sargento Edizandro e o cabo Grasiano foram assassinados a tiros na madrugada deste sábado (5), em Manaus, na rua Monte Horebe, bairro Colônia Santo Antônio, Zona Norte da capital. Os tiros foram disparados por outro PM, o tenente Joselito Pessoa Anselmo, que é chefe dos dois policiais mortos e comandante da 18ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom). Ele foi preso em flagrante.
Segundo a polícia, tanto as duas vítimas fatais quanto os dois feridos, o borracheiro Robson e o major Lurdenilson Lima de Paula, 40, estavam dentro do mesmo veículo com o atirador, uma viatura descaracterizada da PM, retornando de uma festa, por volta das 2h. Bebidas alcoólicas foram encontradas no interior do carro.
O automóvel estava sendo conduzido pelo cabo Grasiano e todos seriam levados para casa, quando, em certo momento, houve um desentendimento entre eles. Durante a briga, de acordo com a polícia, o tenente Joselito efetuou um disparo na nuca do cabo Grasiano, que perdeu o controle do veículo e acabou capotando. O sargento Edizandro foi atingido com um tiro na cabeça e ainda chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
O major Lurdenilson, que sobreviveu, foi baleado no ombro esquerdo. Ele teve a coluna vertebral atingida e corre o risco de ficar paraplégico. Já o borracheiro Robson, que era funcionário do cabo Grasiano, teve a mão estourada por um projétil e recebeu alta.
Preso em flagrante
Joselito foi preso em flagrante por policiais da Força Tática que patrulhavam a área no momento do crime. Ao ser preso, ele alegou que as vítimas foram baleadas por ocupantes de um veículo prata que atacaram o Voyage dos policiais militares, versão contestada pelo major. Os PMs da Força Tática que prenderam o tenente Joselito também relataram que não observaram na lataria do carro Voyage perfurações de tiro externo.
Após ser preso, o tenente suspeito do duplo homicídio foi levado ao 6° Distrito Integrado de Policia (DIP), onde foi apresentado. Depois ele passou por exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) e por exame de resíduos de pólvora nas mãos, cujo resultado não tem prazo.
Hoje de manhã, ele foi conduzido para ser ouvido na sede da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que investiga o caso, e, depois, foi levado para a sede do Batalhão de Choque situado na rodovia BR-174, onde permanecerá à disposição das autoridade.
(Com informações Portal da Capital AM)