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Troca de acusações marcam primeiro debate do segundo turno para Presidência entre Lula e Bolsonaro

O debate aconteceu na noite deste domingo (16), na Band. Foto: Reprodução

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BRASIL – O primeiro debate do segundo turno das eleições 2022 para presidência foi realizado na TV Bandeirantes em parceria com TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo, na noite deste domingo (16). Os candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) tiveram três blocos para falar sobre suas propostas.

Os temas abordados foram: o enfrentamento do país à pandemia de Covid; o déficit educacional no país, por causa da pandemia; as acusações de corrupção; Auxílio Brasil e Bolsa Família; propostas no Congresso que tentam alterar a estrutura do Supremo Tribunal Federal e o combate às fake news.

Sobre corrupção, Bolsonaro negou que tenha comprado o Centrão com o orçamento secreto. “Eu comprei com o orçamento? Eu vetei. Derrubaram o veto. Agora, se eu comprei, eu tenho voto. Vamos supor que o senhor seja deputado, se o senhor recebeu um dinheiro do orçamento secreto, o senhor vai votar comigo. É lógica, ou não é? Eu tenho aqui uma lista preliminar, 13 deputados do PT que receberam recurso desse tal orçamento secreto. Eu não tenho nada a ver com esse orçamento secreto. Posso até entender que o parlamento trabalha melhor na distribuição de renda do que nós do lado de cá, o meu Ministério da Economia e o presidente”.

Lula disse que os deputados são responsabilidade do povo brasileiro e que, se eleito, pretende criar um orçamento participativo.

“Eu vou tentar confrontar essa história do orçamento secreto, eu vou tentar criar um orçamento participativo que foi uma coisa que criamos nos estados brasileiros […] vamos pegar o orçamento e vamos mandar para o povo dar opinião para saber o que ele quer efetivamente que seja feito para ver se a gente consegue diminuir o poder de sequestro que o centrão fez no presidente Bolsonaro”.

No confronto direto, os ataques foram mais fortes, principalmente ao falarem sobre corrupção e desvio de recursos na Petrobras em anos anteriores.

“Se houve corrupção na Petrobras, prendeu-se o ladrão que roubou, acabou. Prendeu porque houve investigação, porque no nosso governo nada era escondido. A gente não tinha sigilo do filho, da filha, do cartão de crédito, das casas, nada. Era o Portal da Transparência e a Lei de Acesso à Informação”, disse Lula.

“Você entregou para partidos políticos diretorias da Petrobras, fez um leilão em troca de apoio no parlamento, botava gente indicada por grupos partidários e o pessoal entrava para saquear. E você, com os votos caindo para aprovar propostas, você se refestelava”, acusou Bolsonaro.

Lula questionou Bolsonaro sobre a conduta do governo na pandemia. “A sua negligência fez com que 680 [mil] pessoas morressem quando mais da metade poderia ter sido salva. A verdade é que o senhor não cuidou, debochou, riu, desacreditou a vacina. […] O senhor gozou das pessoas, imitou as pessoas morrendo afogadas por falta de oxigênio em Manaus. Não tem na história de nenhum governo no mundo alguém que brincou com a pandemia e com a pandemia como você brincou”, disse Lula.

Em sua defesa, Bolsonaro defendeu a política do governo contra o vírus. “A primeira vacina no mundo foi aplicada em dezembro de 2020. Em janeiro do ano seguinte, um mês depois”.

Lula e Bolsonaro foram questionados pela jornalista Patricia Campos Mello, da Folha, se se comprometeriam a propor lei específica para punir autoridades eleitas e servidores que divulguem fake news.

Os candidatos usaram o tempo para acusar o adversário de propagar notícias falsas – e nenhum dos dois respondeu à pergunta.

Nas considerações finais, o presidente Jair Bolsonaro disse que deseja um país livre e com liberdade de expressão. Usou as pautas como proibição de drogas e liberdade religiosa e o aborto em seu discurso.

Já Lula rebateu Bolsonaro, usando como argumento o fato de ter sancionado a lei de liberdade religiosa. O candidato do PT afirmou também que o atual presidente é um “ditadorzinho” que quer “ocupar a Suprema Corte”.

Colaboração para o Expresso AM, em Manaus:

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