São Paulo – Quase 16 milhões de meninas no mundo, entre 6 e 11 anos, não irão nunca à escola se se mantiverem as tendências atuais, o que significa o dobro do número de meninos, advertiu a Unesco nesta quarta-feira, que destacou a lacuna presente principalmente no mundo árabe, na África subsaariana e na Ásia meridional e ocidental.
“As meninas continuam a ser as primeiras a ter negado o direito à educação, apesar de todos os esforços realizados e os avanços obtidos nos últimos 20 anos”, afirmou em comunicado às vésperas da celebração do Dia Internacional da Mulher.
Na África Subsaariana serão 9,5 milhões de meninas que nunca entrarão em uma sala de aula, quase o dobro dos cinco milhões de meninos.
Nessa região, mais de 30 milhões de crianças com idade de estar na escola primária (entre 6 e 11 anos) não estão atualmente escolarizadas e, embora algumas começarão a estudar em idades mais avançadas, muitos serão privados dessa formação, e as meninas são quem enfrenta os maiores obstáculos.
Em termos relativos, a discriminação é ainda mais pronunciada na Ásia meridional e ocidental – área que cobre muitos países árabes, com quatro milhões de meninas que nunca receberão uma educação formal, frente a quase um milhão de meninos.
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Irina Bokova, alertou que nunca os objetivos de desenvolvimento sustentável nunca serão alcançados “se não conseguirmos vencer a discriminação e a pobreza que paralisam as vidas das meninas e das mulheres de geração em geração”.
“Devemos trabalhar em todos os níveis, desde a base social até os dirigentes mundiais, para fazer da igualdade e da integração os eixos de toda política, de modo que todas as meninas, sejam quais forem suas circunstâncias, vão à escola, continuem sua formação e possam se tornar cidadãs emancipadas”, destacou Bokova.
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