MANAUS (AM) – Você paga caro por um plano de saúde, esperando ter um tratamento diferenciado, mas o que ganha em troca é o aviso de que os serviços podem ser paralisados. É o que denuncia os pais de mais de 30 crianças que possuem Transtorno do Espectro Autista, pacientes da Unimed Fama Manaus e da Samel.
De acordo com os pais, várias clínicas particulares que aceitam o plano estão sem receber o pagamento via Unimed e Samel. Por conta disso, há o risco dos tratamentos especializados serem parados.
Na Clínica Egues, o pagamento via Unimed parou há cinco meses, de acordo com a terapeuta ocupacional Jessiany Egues. Agora, o jurídico da empresa vai tentar negociar de forma judicial para não prejudicar os atendimentos.
Em alguns casos, segundo a terapeuta, as crianças possuem autismo severo e precisam de atendimento adequado, sem interrupção. Na rede pública, o número de profissionais que lidam com o grau desse espectro é escasso.
Segundo a pedagoga Márcia Pereira, que possui um filho de 8 anos com autismo severo, os planos custam de R$ 300 a R$ 1 mil, mas a empresa não está cumprindo com a sua parte.
As clínicas credenciadas não estão recebendo e podem interromper os tratamentos. A empresa estaria ainda transferindo os clientes para outras clínicas, mas a pedagoga informou que as mesmas não são especializadas e o tratamento fica prejudicado.
A Unimed Fama Manaus não deu resposta até a publicação desta matéria.
A Samel informou que não procede a denúncia e que na unidade da Getúlio Vargas, Centro da capital, o Centro de Terapias Complementares funciona normalmente. Além disso, as clínicas externas conveniadas também estão com o pagamento em dia e com o fluxo de atendimento normal.