MANAUS (AM) – O vereador Carpê Andrade (Republicanos) foi alvo de críticas no Twitter após se posicionar a favor dos atos antidemocráticos que há nove dias são realizados em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA). Além do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já ter oficializado a vitória de Lula (PT), o Ministério Público Federal abriu investigação contra a afronta vista na Ponta Negra.
Durante os debates na sessão plenária da última terça-feira (8), na Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador usou seu mandato e a tribuna da Casa do povo para se posicionar. Durante sua fala, apesar de ter sido eleito de forma democrática pelo mesmo sistema eleitoral que hoje critica, ele citou a Constituição.
Mas na Constituição não há, em nenhuma citação que permita golpe com forças armadas determinando que será o presidente. “A revolta das pessoas se deve sobretudo a volta de um corrupto a cena do crime. É legítimo a população expressar sua rejeição a um projeto criminoso de poder que desviou bilhões do Brasil, dinheiro que fez muita falta em diversas áreas, como na saúde, na educação e em tantas outras” afirmou.
MPF
Não é isso que o Ministério Público Federal acha.
A fala de Carpê foi em resposta às críticas de outros vereadores de que a permanência de manifestantes é “crime” e “baderna”. O parlamentar reforçou que acredita que se houvesse qualquer tipo de problema com relação a legalidade das manifestações, as forças policiais e o próprio exército já teriam intervindo na situação, o que não aconteceu.
“Não queremos lutar contra o Judiciário ou impor algo. Essa manifestação é popular legítima. O povo acordou e nossa pátria deve progredir e não regredir “, destacou.
Capitão Carpê também afirmou que seguirá defendendo os valores da direita no parlamento municipal, principalmente levando em consideração que, segundo sua avaliação, a população de Manaus é majoritariamente de direita, onde Jair Bolsonaro obteve mais votos tanto no primeiro como no segundo turno.
Em um despacho emitido no mesmo dia em que o vereador defendia atos inconstitucionais, o procurador da república Filipe Lucena, coordenador do núcleo criminal do órgão no Amazonas, mandou apurar o bloqueio de parte da pista da Avenida Coronel Teixeira.
O Ministério Público Estadual (MPE) também agiu. O Procurador-Geral de Justiça Alberto Rodrigues do Nascimento Júnior pediu providências junto ao MPF. O pediu o encaminhamento das informações ao Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça Especializadas na Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e da Ordem Urbanística.
No Twitter, um internauta mostrou a contradição entre um parlamentar eleito democraticamente e o apoio a atos que afrontam a democracia.
A fala de Carpê foi em resposta às críticas de outros vereadores de que a permanência de manifestantes é “crime” e “baderna”. Moradores do entorno relatam barulho, fezes e urina na área ocupada. “Não queremos lutar contra o Judiciário ou impor algo. Essa manifestação é popular legítima. O povo acordou e nossa pátria deve progredir e não regredir “, defendeu Carpê.
Em nota, a assessoria do parlamentar diz que “Capitão Carpê também afirmou que seguirá defendendo os valores da direita no parlamento municipal, principalmente levando em consideração que, segundo sua avaliação, a população de Manaus é majoritariamente de direita, onde Jair Bolsonaro obteve mais votos tanto no primeiro como no segundo turno.”