BRASIL – Se o Acre está em crise o problema não foi do governador, Gladson Camelli, que neste fim de semana curtiu uma noitada com belas mulheres em Manaus, em uma viagem patrocinada por ele mesmo. Pessoas ligadas ao governador afirmam que ele mandou buscar as meninas em Cruzeiro do Sul. Vídeos da farra caíram nas redes sociais e revoltaram a população.
A festa regada à bebidas, comida e música alta só acabou quando o domingo amanheceu, e foi amplamente compartilhada pelos amigos do governador, que tem parentes morando em Manaus.
ÚLTIMO LUGAR
O Acre ganhou um “título” vergonhoso em agosto deste ano. É o último colocado no Ranking de Competitividade dos Estados, pesquisa elaborada pelo Centro de Liderança Pública (CLP).
O estado entrou em emergência ambiental por falta de água durante a estiagem, e solicitou recursos para comprar cestas básicas junto ao governo federal.
Os dados revelam que o Governo do Acre, comandado por Gladson Cameli, é incapaz de promover o bem-estar da população, e nem é capaz de atrair investimentos.
Ao todo, são 99 indicadores no Ranking de Competitividade dos Estados: os critérios do ESG (sigla em inglês que significa ambiental, social e governança) e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável propostos pela Organização das Nações Unidas (ONU) são usados na métrica.
Potencial de mercado, segurança pública, sustentabilidade social, educação e eficiência da máquina pública estão em baixa no Acre, de acordo com os critérios abaixo:
• Eficiência da máquina – que analisa equilíbrio de gênero no emprego público estadual; qualidade da informação contábil e fiscal;
• Infraestrutura – custo de saneamento básico, qualidade do serviço de telecomunicações;
• Sustentabilidade social – trabalho infantil e mortalidade materna.
LIGAÇÕES PERIGOSAS COM O AMAZONAS
O governador do Acre é filho do empresário Eládio Cameli, dono da construtora Etam, que no Amazonas é responsável por uma série de obras na área da construção civil. Os dois foram alvos de uma operação da PF que até hoje segue com desdobramentos.
As movimentações financeiras suspeitas que arrastaram o governador do Acre e o pai dele foram apontadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Entre janeiro e agosto de 2019, período que coincide com os primeiros meses de mandato de Gladson, o patriarca movimentou R$ 420,4 milhões em uma conta na Caixa Econômica.
O irmão do governador, Gledson Cameli, também está sendo investigado. Isso porque o governador tentou usar uma empresa registrada no nome dele para comprar um apartamento de R$ 5 milhões em São Paulo.
Em março deste ano, a PF comandou uma operação contra corrupção e lavagem de dinheiro na cúpula do governo do Acre. Em Manaus, a PF cumpriu mandados de busca e apreensão em um condomínio de luxo na Ponta Negra, Zona Oeste da capital.
A operação, “Ptolomeu III”, foi deflagrada a partir de investigações da Polícia Federal, da Procuradoria-Geral da República, da Receita Federal e da Controladoria-Geral da União.
O STJ determinou o bloqueio de R$ 120 milhões em bens dos investigados, incluindo valores em contas bancárias, aeronaves, casas e apartamentos de luxo. Além do Amazonas, Acre, Goiás, no Piauí, no Paraná, Rondônia e Distrito Federal estavam na mira.