MANAUS (AM) – Uma moradora do bairro Educandos, Zona Sul de Manaus, teve a casa invadida por policiais que seriam supostamente da Secretaria Executiva Adjunta de Operações (Seaop), na última quarta-feira (12). Ela foi agredida, algemada e torturada, no local onde também funciona uma distribuidora de bebidas que foi totalmente revirada.
Segundo o advogado Vilson Filho Benayon, que faz a defesa da vítima, os policiais não possuíam mandado e mesmo assim invadiram o local após uma suposta denúncia de tráfico de drogas. Eles estavam atrás do namorado da vítima, identificado apenas como Janderson.
“Mesmo dizendo que só abriria a porta na presença do meu advogado, eles invadiram a casa, me agrediram com tapas, socos e coronhadas na minha cabeça querendo saber onde estava meu namorado”, explicou a mulher, que aparece chorando e com as mãos algemadas para trás dentro do estabelecimento que era revirado pelos policiais.
Ainda de acordo com o advogado, a mulher levou coronhadas, ficou em cárcere por cerca de 40 minutos e teve ainda a cabeça batida contra a parede. Os policiais, no entanto, informaram que ela havia caído e por isso estava machucada. A parede, entretanto, tem manchas de sangue.
Janderson não foi encontrado e a namorada foi presa e levada até o 1º Distrito Integrado de Polícia (DIP). Com ela, a polícia diz que foi encontrado uma pistola, seis celulares, balança de precisão e uma quantia de droga.
De acordo com a defesa, a mulher estava apenas com o celular e nega ter sido encontrado os outros materiais, mas afirma ter visto os policiais entrando no estabelecimento com uma bolsa. Mesmo sendo réu primária, continua presa.
Os vizinhos também acabaram sendo envolvidos na confusão, denunciou Benayon. “Quando viram a ação inadequada dos policiais, os vizinhos começaram a filmar e eles foram ameaçados pelos PMs também por filmarem com seus celulares a ação agressiva dos PMs”, disse.
Uma denúncia será oficializada no Comitê Estadual de Combate à tortura e a Comissão de Direitos Humanos da OAB/AM pedido para que possam apurar as recorrentes práticas ilegais dos policiais militares no momento das abordagens.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM) ainda não se manifestou.