MANAUS – A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) esclareceu os detalhes macabros da prisão de pai e tio das crianças torturadas no interior do Amazonas. O caso ocorreu em São Gabriel da Cachoeira (a 852 quilômetros de Manaus). Dois homens, de 37 e 42 anos. O menino de 12 anos está cego e paraplégico. A menina foi estuprada.
O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), afirma que o caso ocorreu na comunidade indígena distante aproximadamente 100 quilômetros de São Gabriel da Cachoeira. Os dois professores são pai e tio das vítimas.
“Ao interrogar o pai, ele relatou que o filho tinha problemas de saúde e levava a uma espécie de curandeiro para fazer orações. Verificamos que na verdade não existia situação de rituais satânicos, mas que o pai se embriagava de uma forma muito elevada com o irmão e, naquele momento, passava a agredir fisicamente esta criança de 12 anos, privava de alimentação, de sono e as agressões culminaram na formação de um coágulo na cabeça do jovem”, explica.
As investigações começaram na criança de 12 anos, até que descobriram que a irmã dele, de 8 anos, também era vítima. Os dois eram torturados.
“No ato da prisão, avançamos nas investigações, interrogando a família e soubemos também que a irmã desta criança teria sofrido abusos sexuais do pai. Foi feito a perícia de danos sexuais e confirmado que ela estava com violações no hímen, indicando que tinha sido vítima de relação sexual forçada”, explica Paulo Mavignier.
“A criança era vítima daquela agressão tão intensa por conta da embriaguez do pai e do tio e usavam este artifício, de que o garoto estava envolvido em alguma situação obscura, maligna e que as agressões justificariam a libertação da criança. Mas era uma coisa do pai e acontecia enquanto estava embriagado”, completa o delegado.
Os dois são professores. O pai da vítima foi preso na escola, enquanto o tio, na cidade.
Os suspeitos foram encaminhados à audiência de custódia em São Gabriel da Cachoeira, a prisão preventiva foi homologada e eles estão à disposição da Justiça.
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