Goiás| Uma tremenda reviravolta ocorreu no caso do pequeno Danilo de Sousa Silva, morto afogado em uma lama no Parque Santa Rita, em Goiânia. Segundo informado pela polícia, nessa segunda-feira (10), o servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira, de 18 anos, passou a ser indiciado pelo crime, inocentando o padrasto do menino ao fim da investigação.
A Polícia Civil informou que o Ministério Público de Goiás deve pedir a soltura do padrasto de Danilo, Reginaldo Lima Santos, que foi preso, junto com Hian, em 31 de julho, pela suspeita de cometer o crime. Como a prisão preventiva foi decretada pela Justiça, a revogação deve ser feita pelo próprio Judiciário.
A defesa do pedreiro disse que “vai acompanhar todo o procedimento para garantir que sejam cumpridas todas as formalidades e sustenta a inocência” do cliente. Os advogados não acreditam na motivação que consta na conclusão do inquérito de que ele tinha ciúmes do padrasto da vítima.
O Ministério Público de Goiás informou, em nota, que o inquérito, após chegar à instituição, será distribuído e em seguida analisado pelo promotor ou promotora designado automaticamente para atuar no caso. “Somente após a análise é que o promotor ou promotora designado irá se manifestar”, diz o comunicado.
Detalhes do crime
De acordo com o delegado Rilmo Braga, titular da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH), Hian era vizinho da família e atraiu Danilo para a mata, onde foi morto afogado na lama, dizendo que buscariam juntos uma pipa que caiu no meio das árvores.
O delegado explica que o sentimento de Hian era de revolta em desfavor do padrasto de Danilo e, por isso, ele tinha mentido aos investigadores. Inicialmente, o servente de pedreiro relatou que apenas tinha ajudado o padrasto de Danilo a segurar o menino e, para isso, receberia uma moto e um carro como pagamento. A versão, no entanto, foi desmentida pelo próprio Hian.
Segundo a polícia, o servente de pedreiro tinha “certeza que Reginaldo seria apontado como autor do crime por conta dos antecedentes criminais”, pois já tinha passagem pela polícia por tentar matar a mulher.
De acordo com Braga, o servente de pedreiro planejou a morte de Danilo por cinco dias, inclusive, observando toda a rotina da família e como faria para que a responsabilidade do crime recaísse sobre o padrasto.
O delegado afirma que as diligências e a reprodução simulada ajudaram a esclarecer que o servente de pedreiro cometeu o crime sozinho. Por isso, foi indiciado pelos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
Relembre o caso
Danilo de Sousa Silva, de 7 anos, foi encontrado morto no dia 27 de julho em um lamaçal em Goiânia. A princípio, o padrasto do menino era suspeito pelo crime. Ao ser preso, ele falava que estava sendo “vítima de uma armação”. Hian Alves de Oliveira, filho adotivo de um pastor que mora na mesma rua de Reginaldo, confessou a polícia que teria ajudado o padrasto no crime.
Danilo morreu asfixiado, ao inalar a lama e a água do local onde foi encontrado, mas destacaram também a presença de ferimentos ocasionados por pauladas, inclusive o deslocamento do crânio.
Uma testemunha de 13 anos, afirmou a polícia que viu toda a movimentação dos suspeitos e de Danilo nas proximidades da mata, no dia do desaparecimento.