BRASIL | Um vulcão localizado nas Ilhas Canárias, na Espanha, entrou no alerta amarelo das autoridades por risco de erupção. E o possível despertar do Cubre Veija, como é chamado, preocupa especialistas brasileiros, já que sua erupção pode provocar um tsunami que afetaria todas as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, inclusive a área litorânea do Brasil.
O Plano Especial de Proteção Civil e Atenção às Emergências de Risco Vulcânico das Ilhas Canárias (Pevolca) elevou o nível de alerta de verde para amarelo. A população deve se prevenir e ficar atenta as mudanças.
O vulcão batizado de Cumbre Vieja está adormecido há décadas e começou a dar sinais de atividade moderada nos últimos dias. O Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, Involcán, descreveu o movimento como uma mudança significativa no vulcão, ligada ao fenômeno conhecido como intrusão magmática, um processo que ocorre dentro da crosta terrestre em que o magma se aproxima da superfície.
De acordo com a meteorologia, somente em caso de grande erupção, um tsunami afetaria as áreas costeiras banhadas pelo Oceano Atlântico, o que inclui todo o litoral do Brasil, do Rio Grande do Sul ao Amapá. Por isso, pesquisadores estão sempre alertas no vulcão de Las Palmas.
“Toda a população costeira deve ser conscientizada, em especial do Norte e Nordeste do Brasil, pois seriam os principais afetados, e assim evitaríamos danos pessoais. Estudos mais recentes dizem que as chances de ocorrência são remotas e longínquas, no entanto, o estabelecimento de sistemas de alarme que possibilitam a evacuação de áreas é justificável quando se trata de vidas humanas”, explicou o geólogo Mauro Gustavo Reese Filho ao MetSul.
O pesquisador do Instituto de Ciências do Mar da Universidade Federal do Ceará (UFC), Carlos Teixeira, disse ao portal Uol que o vulcão pode vir a ter uma erupção e que a possibilidade de Tsunami é mínima, mas é uma possibilidade.
Carlos Teixeira disse que não é preciso se preocupar no momento. “Se essa possibilidade de erupção ocorrer, não significa que vai ser explosiva. Se for, não quer dizer que vai chegar aqui com ondas de oito, dez metros, pode chegar aqui bem menor”, explicou o pesquisador.