Rio – O ator e diretor Wagner Moura diz que a recusa da Agência Nacional do Cinema ( Ancine ) em atender a dois pedidos da produtora O2 relacionados ao filme “Marighella” pode prejudicar seu lançamento no Brasil.
A cinebiografia do guerrilheiro brasileiro, dirigida pelo próprio Moura, está prevista para chegar aos cinemas em 20 de novembro desse ano.
Em uma reunião realizada na terça-feira da semana passada, dia 27 de agosto, a Diretoria Colegiada da Agência negou a solicitação no valor de R$ 1 milhão. No mesmo despacho, a Ancine recusou o pedido de adiantamento de verba para a comercialização do filme.
Segundo a diretoria da Ancine, a verba para o filme de Moura teria sido aprovada como parte do orçamento original, e não poderia ser ressarcida com recursos públicos. Em nota, a O2 afirma que pediu esclarecimento à agência para “contratação no edital de complementação do Fundo Setorial (FSA)”.
A requisição de verba para a comercialização, ainda segundo os produtores, teria sido resultado da demora do FSA em fechar o contrato.
E com isso, Wagner Moura passou a sofrer ataques nas redes sociais por ter feito o filme sobre Marighella, que segundo o autor, um dos principais líderes na luta armada contra a ditadura militar que acabou morto por policiais em uma emboscada, em 1969.
Em entrevista, Moura diz que a decisão da Ancine ganhou uma dimensão desproporcional por causa do ambiente político no país.
“A forma como a decisão foi noticiada dá a entender que alguma coisa estava errada na solicitação da O2 quando, na verdade, ela havia pedido de redimensionamento do orçamento, que já tinha sido aprovado, e assim ressarcir o dinheiro que a produtora colocou no filme por conta própria”, disse o diretor. “De repente, a história ganhou uma outra dimensão. Os filhos do [presidente ] Bolsonaro tuitaram a respeito. É impossível não pensar que existe uma articulação política para criar esse tipo de ambiente.” disse!
Em fevereiro, no período da estreia de Marighella em Berlim, Moura manifestou o desejo de lançar o filme nos cinemas brasileiros. Ele estava bastante preocupado com a possibilidade de o novo governo, recém-eleito, fazer “pressão para que a Paris Filmes, distribuidora do filme, não o lançasse no país.
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(Com informações Época)